Outros elos pessoais

30 setembro 2007

Poder (quando a alma se põe em sentido) (2) (continua)

No número inaugural desta série, pintei-vos um quadro rápido mostrando o poder do Sr. João Latsua.
Efectivamente, nesse quadro existem artigos de poder como a viatura de luxo, o condutor, o guarda-costas, as duas empregadas, etc.
Por outro lado, nesse quadro existem manifestações instintivas de respeito para com o poder do Sr. João Latsua: a motricidade rápida e respeitadora das personagens que o rodeiam, a indicação clara de cada actor que rodeia o sr. João Latsua poder segregar indefenidamente essa motricidade em múltiplos exercícios de respeito, de acatamento de ordens.
Mas vamos lá colocar um problema: existe de facto algo como o poder, visível, tocável, mensurável, armazenável, distribuível? O Sr. João Latsua tem de facto algo como o poder?
A minha resposta nestas breves notas é que não há poder em si: apenas há poder de uns sobre os outros. O poder é da ordem das relações, não das coisas em si.
Prosseguirei.

2 comentários:

  1. Michel Foucault!
    Guerra Junqueiro faz uma crítica do poder deveras profunda e numa linguagem que cativa as pessoas, simples, popular, provocante.
    Estou a usá-lo para denunciar o luso-poder corrupto.
    Penso que as observações que faz sobre o poder e, sobretudo, o abuso do poder (marginal do Maputo, moradias, carros, etc.) podem ser traduzidas na linguagem simples mas precisa de Guerra Junqueiro.
    Abraço

    ResponderEliminar
  2. Crozier primeiro, Foucault depois e mais sistematicamente. Falarei mais tarde sobre o sempre delicado problema do "consentimento". Lerei o que o Saraiva escrever a partir de Guerra Junqueiro, que nunca li. Abraço índico.

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.