Outros elos pessoais

10 agosto 2007

Mabunda cria teoria para explicar a conspiração contra Zimbábuè e Mugabe

O jornalista Lázaro Mabunda está preocupado com a campanha que entende ser movida contra o Zimbábuè e contra o presidente Robert Mugabe. Depois de ponderar bem no problema, encontrou uma teoria para explicar a tenebrosa conspiração:
"A Europa, América, parte da Ásia e Austrália olham para África como o continente de todas as maldades. Ora vejamos: a SIDA foi descoberta nos Estados Unidos de América, mas teorias recentes apontam África, através dos seus macacos, como sendo o parturiente desta doença; a origem do homem está ligada ao macaco negro; a maldade, a incapacidade, a pobreza, o sofrimento, as guerras, estão ligadas ao negro. Em suma, negro é sinónimo de negativo.
É esta a razão que faz com que a União Europeia no seu todo e o Reino Unido, em particular, condicionem a realização da cimeira com África à não participação de Zimbabwe, como se Zimbabwe não fosse parte de África."
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Recomendo, a propósito, a leitura do clássico "A arte de ter sempre razão", de Arthur Schopenhauer, um livrinho escrito cerca de 1830.

9 comentários:

  1. Xi xi xi mano Mabunda tem mesmo boa teoria. Problema nao e Mugabe, mas peso de mielina.

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  2. Mabunda falou a verdade. Tenho dito.

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  3. Só vê a cor da pele? Não sabe que os problemas sociais são bem mais complexos do que a sua análise redutora deixa mostrar? E nenhuma linha no que escreveu sobre o que se passa na terra dos monomotapas?

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  4. Opinião complexada e inócua a desse Mabunda...para não dizer racista !

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  5. Algumas vezes penso se ser africano é defender tiranos africanos o meu seria que não fosse africano. Não se explica que os europeus por exemplo sancionem algum tirano ou com essa tendência, mas nós não facamos.

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  6. Correccão

    Algumas vezes penso que se ser africano é defender tiranos africanos o melhor seria que eu não fosse africano. Não se explica que os europeus, por exemplo, sancionem algum tirano ou com essa tendência, mas nós não o facamos.

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  7. O Homem Negro e o Homo Niger
    Eis que depois do Homo Sapiens,Mabunda (re)descobre o Homem Negro.A evolução da espécie humana tenderia assim a uma “especialização racial”.O Senhor não criou o Homem mAs sim Raças.Só que foi essa mesma diferenciação racial que constituiu o substracto de todas as formas dominação e descriminação racial dos negros (da escravatura ao colonialismo,passado pelO apartheid). À força de querer reínvindicar uma suposta especificidade racial do Homo Níger,Mabunda não faz mais que reforçar as convicções mais abjectas da nossa inferioridade racial.
    A traição de JudaS
    Mabunda esquece que Judas Escariotes era JUDEU,raça/povo estigmatizada,perseguida,vilipendiada desde antes mesmo da emergência de Jesús aos dias de hoje, e pelos mesmos verdugos brancos. Como a “teoria” de Mabunda explica isso.Serão os Judeus negros? E como explicaria o “destino secular” dos Suthras na India,serão eles negros e os Brahmanes brancos?
    O Pecado
    E se a nossa isenção de pecado é por não termos traído nem crucificado Jesús, não somos os únicos detentores dessa virtude de entre a míriade de raças/povos/civilizações da Terra, sacrificadas até á propria extinção.Esse outro Mundo de não-brancos,feito de negros, asiáticos,ameríndios,índios,árabes,índus viveria assim, pela graça do Senhor, num estado de pureza,de absolvição nata,de legitimidade inata,sem traidores,sem verdugos,sem condenados por causas justas.Todos os nossos ditadores,despotas de todo o tipo, estariam assim absolvidos. A “moral” internacional deveria,doravante,guiar-se por essa divisão entre os que crucificaram e os que não crucificaram Jesús.
    Riqueza e escravos brancos
    Assim termina a oração de Mabunda!Interessante projecto de sociedade! Suponho que a versão branca durante os séculos de tráfico de escravos fosse “riqueza e escravos negros”.Agora seria,pela graça do Senhor,a nossa vez. E que tal se o Homem Árabe,o Homem Indú,o Homem Judeu pedisse o mesmo e o Senhor,sob pena de ser injusto,concedesse? Povos do Mundo,seremos todos um dia escravos de alguém!Uma visão sombria do futuro da Humanidade que não gostaria que as crianças moçambicanas de hoje e de amanhã herdassem.
    A responsabilidade moral do jornalista
    Aquí está um exemplo da (ir)responsabilidade moral de um certo jornalismo nacional,mais uma “fala sem consequências” como diria Elisio Macado.Paradoxalmente,em qualquer outra parte do Mundo,mais precisamente no mundo dos verdugos brancos,um discurso apelativo à culpa racial,à divisão racial do trabalho,à natureza divina da desigualdade racial, implicito e explicito no artigo de Mabunda seria passível de uma condenação judicial.
    Mugabe e a Cimeira UE/África
    Mabunda,como jornalista,daria uma contribuição mais esclarecedora à nossa opinião pública se procurasse saber o que os milhares de refugiados zimbabweanos pensam de Mugabe e da posição da UE quanto à sua participação na Cimeira,em vez procurar “bodes expiatórios” externos. Afinal,em última análise,a quem beneficiaria o reconhecimento internacional de Mugabe e das suas politicas domésticas? E se Mabunda fosse um jornalista zimbabweano, onde estaria agora?

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  8. Caro anónimo das 8:34pm, faço minhas as suas palavras: "Opinião complexada e inócua a desse Mabunda...para não dizer racista !"

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