
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
10 agosto 2007
Linchamentos em Sofala

4 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Um perfeito horror. Mas acredito que as pessoas devem andar cansadas.
ResponderEliminarUm cansaço multidimensional, pode crer. Mas haverá altura em que eu eu outros, dentro de algums meses, tentaremos mostrar como, a partir do eclipsei do social, que é, sempre, tb, o eclipse do cultural, drenam para a anormalidade a anormalidade das suas vidas, reconstituídas numa neo-normalidade e numa reposição de sentido que importa mostrar.
ResponderEliminarProfessor,
ResponderEliminar A degradação da qualidade de vida é brutal. O comportamento das elites no poder uma monstruosidade. As nossas estatísticas um logro; enganamo-nos com ilusórios exercícios de autêntica masturbação mental, irrealistas. Vivemos de mão estendida. Achamo-nos injustiçados quando nos condicionam a “esmola”.
A equipa de investigadores do Professor observa que na cidade de cimento – onde a possibilidade de identificação e denúncia, logo, de punição dos linchadores é mais provável, não há linchamentos do tipo “pneu em cima”; nas zonas suburbanas, onde o policiamento público e privado é escasso, a população assume a responsabilidade colectiva, não há denúncias; na realidade, intimamente, todos se assumem capazes do mesmo comportamento brutal, logo, “pneu em cima”, justiça pelas próprias mãos (dado que o Estado não se faz presente). Temos exemplos por esse mundo fora de situações semelhantes onde as comunidades assumem colectivamente certos actos: quem matou? Foi o Povo!
Em todo este processo há um aspecto (psíco-químico?) que julgo importante aprofundar para melhor compreendermos o fenómeno: como funciona o nosso cérebro? De uma forma grosseira podemos dizer que é composto por uma enorme teia de ligações eléctricas com corrente em diferentes voltagens, controladas por sofisticados sistemas de fusíveis.
A questão está em saber que IMPULSO EXTERNO faz com que indivíduos com comportamentos irrepreensíveis se transformem, em fracções de segundo, em seres cruéis, boçais. É como se um impulso externo intensificasse a corrente e esta forçasse alguns dos fusíveis, sem os queimar, mas passando e provocando danos a jusante, de tal maneira que regressado à realidade, depois do acto consumado, o linchador e coniventes não sentem qualquer sentimento de culpa. Fizeram justiça!
O que nos faz “perder a cabeça”… quando não estamos condicionados pela presença de quem possa denunciar e punir?
Um abraço,
Florêncio.
Obrigado, Florêncio, tentaremos (eu e a minha equipa) reflectir sobre as multidões temporárias...
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