Outros elos pessoais

02 agosto 2007

Assassinatos em Mocímboa da Praia: "não se trata de uma acção genuinamente moçambicana" - diz governador de Cabo Delgado


“Pelas características que nos são descritas, dá para concluir que não se trata de uma acção genuinamente moçambicana, porque se for para objectivos obscurantistas ou supersticiosos, nós, moçambicanos, não temos tais práticas." - eis afirmações do governador de Cabo Delgado, Lázaro Mathe, citado pelo "Notícias" de hoje, a propósito do assassinato em Mocímboa da Praia de mulheres a quem são extraídos os órgãos genitais.
Como se recordam, já aqui falei desse tema.
Se não é acção "genuinamente moçambicana", que outro tipo de acção pode ser? Trata-se-á de uma acção genuinamente estrangeira?
Pergunto-me, como em tantas outras coisas me tenho perguntado, se não seria uma boa altura de o Estado solicitar uma investigação ao tema feita por cientistas sociais.
Por exemplo, nós, na Unidade de Diagnóstico Social, estamos dispostos a fazer esse estudo. Que tal?

3 comentários:

  1. E se eu disser que talvez o que é genuinamente nosso, isto mocambicano, é negar os factos... Ora, vejamos eles lá negaram que os assassinatos existissem quando eles foram denunciados pelo delegado da Renamo. E, talvez ele aceite isto pela insistência da populacão que recorreu à Primeira-Ministra.

    Isto só devia ser investigado, pq se o Mathe a tomasse a peito logo, talvez a vida de algumas tivesse sido salva. Agora não está ele a fugir da sua (ir)responsabilidade.

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  2. fuga em frente. recordo-me duma greve nos finais do Sec XX que para as autoridades (PM Pascoal Mocumbi) teve uma mão externa. Essa é uma re-edição. Antes de abrir a boca o governador devia ter pedido que os sociólogos no seu gabinete (espero que os tenha) ou mesmo na capital, fizessem uma investigação preliminar para problematizar o fenómeno.

    Entendo que ele dissesse que essa prática satánica não podia ser cometido por nenhum moçambicano e muito menos qualquer outro cidadão do mundo. agora dizer que não é genuinamente moçambicana sem fundamentar, está a atentar à nossa razão.

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