Outros elos pessoais

24 julho 2007

Sengulane critica festa nos funerais

"Falando por ocasião da 58ª sessão da conferência geral do CCM, havida semana finda na capital do país, Dinis Sengulane disse que a disposição de tornar os funerais momentos de festa, através da exigência de comidas e bebidas luxuosas, concorre para a profanação daquelas cerimónias, carregadas de muita dor e seriedade."
_____________________
Oiçam: tendes mais dados sobre este fenómeno? E como interpretá-lo? Ou ele, afinal, não é novo? Ou ele é, apenas, a consequência logica do que habitualmente chamamos "economia de mercado"?
Adenda, 12.26: o Bayano Valy acabou de me enviar um estudo feito pela Save the Children, "onde - escreveu o Bayano - aparece abordada a questão do "esbanjamento" dos bens da família enlutada. A questão foi levantada no contexto de crianças órfãs que vêem os familiares a consumirem os bens legados a eles pelos seus pais." Importe aqui, analise e debata connosco. Muito obrigado, Bayano.

4 comentários:

  1. Caro Prof, acabei de enviá-lo um estudo da save the children onde vem abordado a questão de "esbanjamento" da família enlutada. o contexto é mais de casos da herança dos menores que acaba desaparecendo porque alguém decide que deve-se fazer festa.

    ora, novo, não é tão bem assim. mas, os mais idosos contam que houve uma altura em que os consoladores traziam os alimentos das suas casas porquê partia-se do princípio de que a família enlutada não teria cabeça para estar preocupado em alimentar as visitas. depois, essa prática mudou. alguém devia estudar isso.

    ResponderEliminar
  2. Excelente, excelente, cá aguardo o texto!!!!

    ResponderEliminar
  3. Já recebi e já coloquei o texto em adenda aqui. Muito obrigado!!!

    ResponderEliminar
  4. Uma das hipóteses possíveis é as famílias que participam das festas não estarem já tão capacitadas como antes estariam, para comparticipar. Essa pode ser uma possível razão para a mudanca nas práticas.

    Nos estudos sobre pobreza se diz que as trocas e redes se baseiam em reciprocidade, e que a pobreza aumenta à medida que estes lacos enfraquecem ou deixam de existir. Esta fraqueza na reciprocidade pode estar a estender-se a este tipo de cerimónias.

    A crítica a estas festas também foi feita na Swazilândia, onde aparentemente até uma lei foi feita para impedir o esbanjamento dos bens da família enlutada. Portanto não é um fenómeno exclusivo a Mocambique. Seria é interessante saber-se em que zonas estas festas são mais frequentes, de que práticas particulares vêm e que mudancas tem ocorrido nelas.

    Tenho em crer que também as inúmeras mortes havidas nas comunidades (não menos causadas pelo HIV), dificultam que a familias tenham capacidade de estar constantemente a doar para a festa das famílias enlutadas.

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.