"A VERGONHA CULTURAL COLECTIVA DE UM POVO
Por José Belmiro
Por José Belmiro
A juventude de hoje está corrompida até ao coração. É má, ateia e preguiçosa. Jamais será o que a juventude deve ser, nem será capaz de preservar a nossa cultura” (de uma inscrição gravada numa tabuínha babilónica do século XI antes de Cristo...)
De um tempo a esta parte um grupo de jovens sob capa de autores da “música jovem moçambicana” tem vindo ocupar espaços reservados a música em todos os canais de rádios e televisão.
De um tempo a esta parte um grupo de jovens sob capa de autores da “música jovem moçambicana” tem vindo ocupar espaços reservados a música em todos os canais de rádios e televisão.
Estes músicos que o corajoso José Mucavel intitulou-os de músicos do PIMBA, na sua generalidade não trazem nada nas suas mensagens musicais. Neste contexto iremos ouvir frases do tipo: “Eu sou patrão, tenho carros, tenho damas bonitas, sou talentoso, brilho no Brasil…", enfim, um conjunto de barbaridades.
Também é “arma” destes “jovens músicos” o recurso à bajulação. Os seus alvos preferidos são Chefes de Estado, o partido no poder e as empresas públicas.
Neste tipo de músicas pontifica o nome do controverso músico Mc Roger.
Dele ouvimos dizer que viajou para o Brasil com apoio do Ministério do Turismo! Confesso que fiquei indignado ao saber que os impostos que pagamos mensalmente ao Estado são agora disponibilizados a artistas não credenciados para representar culturalmente o nome de Moçambique bem como 19 milhões de moçambicanos!
O Brasil ficou com uma impressão errada da cultura moçambicana. A cultura reflecte a alma de um povo. A música do Mc Roger não representa nem de longe a alma dos moçambicanos.Tenho escutado as diversas intervenções deste e doutros cantores da alegada “música jovem”.
Orgulham-se por terem nas crianças os maiores consumidores da sua música. Olha, as crianças são por naturezas ingénuas e vulneráveis. Neste vale de águas turvas por onde a nossa música encontra-se mergulhada, a componente nudismo é usada pelas “jovens da música” para que a todo o custo sejam assistidas (normalmente a televisão é o principal palco de acção), não se importando pelos exemplos que vão deixando para as suas fãs adolescentes.
Quando os mais adultos se indignam, elas mandam todo mundo para a RUA, alegadamente porque só elas sabem de si!
Esquecem-se no entanto que precisam destas mães e pais, pois estes são os que deixam os filhos menores irem para os Cine-África, Coconuts assistirem os seus Shows!
Pena é que um dos poucos melhores compositores jovens da Praça o Mahel decidiu render-se ao mundo do PIMBA alegadamente porque precisa viver bem. Remove-se desta feita um dos últimos redutos de alguma música jovem com algum sentido e coerência lógica!"
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