Acontece-me por vezes ter uma severa inveja de não ser poeta. Todavia, longe de mim a bárbara ideia de atribuir aos poetas a perversa convicção de que os jogadores de xadrez até podem ou podiam ser outras coisas, determinados cientistas por exemplo - doces, plácidos, calmos, distantes, cépticos das acções, estetas do bem, amantes da bela ciência incontaminada pelo senso-comum, analistas en profondeur do esforçado e inglório viver dos peões. Longe de mim, portanto, a ideia de atribuir tão maligna ideia a Ricardo Reis, um dos Fernandos Pessoas. Porque - quem duvida? - apenas lhe interessaram dois jogadores de xadrez e mais ninguém:
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
22 maio 2007
Os jogadores de xadrez
Acontece-me por vezes ter uma severa inveja de não ser poeta. Todavia, longe de mim a bárbara ideia de atribuir aos poetas a perversa convicção de que os jogadores de xadrez até podem ou podiam ser outras coisas, determinados cientistas por exemplo - doces, plácidos, calmos, distantes, cépticos das acções, estetas do bem, amantes da bela ciência incontaminada pelo senso-comum, analistas en profondeur do esforçado e inglório viver dos peões. Longe de mim, portanto, a ideia de atribuir tão maligna ideia a Ricardo Reis, um dos Fernandos Pessoas. Porque - quem duvida? - apenas lhe interessaram dois jogadores de xadrez e mais ninguém:
2 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Bem a propósito do jogo de algumas discussões(nomeadamente sobre a existência ou não de devastação das florestas e de corrupção em Moçambique)que pela blogosfera vão ocorrendo. Enquanto se esgrimem doutos agumentos defendendo o indefensável, que deliciam seus autores, no terreno, tudo se permite que aconteça, e mais, com o aval de ilustes jogadores. O que importa parece ser, sim senhor, proteger reis e rainhas, mantendo-os no alto das suas torres e cavalos.
ResponderEliminarRogério
Por exemplo, deve ser especialmente fascinante jogar xadrez sem ouvirmos as árvores tombarem. E entre o avanço de um cavalo e o recuo estratégico de um bispo (numa combinação à Capablanca de um lado, do lado de Yates na partida de 1924 não falarei, claro), sempre acharemos que a deflorestação é apenas fogo fátuo e somente merece a xadrezeira hermenêutica do ludismo científico.
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