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(odja pawa ra nwana)
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Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
hoje perdi um grande amigo. vai com deus geremias.
ResponderEliminarpaz a sua alma
ResponderEliminarJeremias Ngwenha, como a tradução das suas mais famosas canções ilustra, conseguiu capturar a essência social deste povo e imortalizou-a em ricas canções que certamente terão dado alento aos milhares, senão mesmo milhões, de moçambicanos nessas situações. Não sei se o seu apelo terá conseguido fazer com que os governantes mudassem as políticas que ele criticava.
ResponderEliminarComo honrar Jeremias Ngwenha?Penso que moçambicanos conscientes devem fazer pressão para que se promova músicos cujas mensagens capturem o imaginário social e nos possam ajudar a reflectir, e não essa corja de pseudo-músicos que pululam nas "nossas televisões". Começarmos da Mcel que com os "nossos dinheiros" vai promovendo espectáculos gratuítos (no sentido de rêles) como se um organizador de eventos fosse - a propósito, alguém noutro dia escrevia que existe uma discriminação na forma como se procuram apoios para os músicos. Onde estavam os tais que promovem espectáculos para este e aquele músico? Já notaram que grande parte de apoios de solidariedade vai para os "exímios(?)" da vulgaridade camuflada de música?
Bayano, um país pulsa tão mais quanto mais crítica houver. Como amava e ama dizer o escritor congolês Henri Lopes, nenhuma sociedade jamais progrediu sem fazer a sua própria crítica, sem que os seus criadores e pensadores se metessem a contra-corrente dos bem-pensantes. Precisamos de "imprecadores" - escreveu ele. E Ngwenha era um saudável imprecador, um excelente músico, um homem excepcionalmente atento ao social.Tive a ocasião de com ele falar sobre isso quando um dia almocei com ele. Uma tristeza profunda.
ResponderEliminarComo Chorar-te Jeremias Ngwenha!
ResponderEliminarJeremias, um dos poucos músicos moçambicanos de cujas letras recuperam a realidade circundante, o imaginário social gravado no povo, não só foi um exímio criador, como também humanista. Nas suas músicas sempre magistrais e originais ecoava o grito das maiorias silenciosas, as massas populares. Tenho para mim que Jeremias Ngwenha era o povo em miniatura, o arauto do sofrimento, da injustiça, da indignação popular.
É triste perdermos um grande homem, verdadeiro tributo à criatividade humana. Bem haja o seu nome!
Beúla
Geremias Ngwenya foi um compositor e, sobretudo, um letrista original. Devo dizer que, como todas as traduções, a tradução das músicas de Ngwenya para a língua portuguesa fa-las perder, e muito, o seu sentido de humor, a sua força, a sua ironia.
ResponderEliminarEra simplesmente arrebatador assistir ou ouvir este grande filho da nossa terra. Até sempre Geremias, que os verdadeiros herois não morrem.
Gabriel Muthisse
E por falar da crítica, ontem, no Sindicato Nacional de Jornalistas, houve um debate interessante sobre os 16 anos da liberdade de imprensa.
ResponderEliminarUm dos pontos que me impressionaram foi a questão do poder da Frelimo. Alguns jornalistas temem que a actual muscultura da Frelimo poderá, no futuro, revelar-se perniciosa à missão de informação.
Discutiu-se muito a questão de Poder (da Frelimo). Quando cheguei lembrei-me que tinha, no ano passado, imprimido umas postagens do seu blog sobre o Poder (as relações de poder). Relí e captei muitos conceitos importantes na análise do tal Poder da Frelimo. A dominação,obedecer, a aceitação, etc.
Gostaria de marcar uma entrevista pra segunda-feira, no período da tarde para falarmos das relações do Poder entre o Poder instituido e a sociedade, e no sentido restrito entre a Frelimo e os Media. Beúla, aguardo a resposta!
Abraços.
De acordo com todos vós, de acordo com Gabriel no tocante às traduções. Suzana, por exemplo, levou montes de dias para conseguir traduzir do Shangan uma das duas letras que apresentei. Falta agora, entre outra coisas, esperar que alguém reúna a obra de Jeremias e a ponha em cd.
ResponderEliminarQue a alma do Geremias descanse em paz. Deixas-te marcas em nos que jamais serao esquecidas.
ResponderEliminarPelo que pude aperceber-me no topo da noticia colocada, a morte do Geremias esta relacionada com o SIDA. A ser verdade, isto cria em mim uma grande revolta porque estamos todos indo aos poucos (ou muitos) por algo que ate podia ser evitavel. Estas mortes, tal como de muitos anonimos, ilustra que a nossa batalha contra a SIDA e uma causa perdida.
Ja nao ha tempo para pensar-mos em estrategias, em politicas, temos que agir. No passado disse que deviamos capitalizar na situacao da Zaida para evitar que os outros seguissem o mesmo caminho. Nao o fizemos.Sub o meu ponto de vista, nem que fosse para compensar a familia do Geremias mas tem que se capitalizar a sua popularidade para que situacoes identicas ao menos sejam evitadas. Para que agente tome consciencia plena de esta coisa do SIDA mata mesmo. De nada nos vale ficar pelo choro, porque amanha voltaremos a chorar como ja choramos antes.
A continuarmos assim, eu diria ao Geremias...Choro por ti, como chorei pela Zaida e tantos outros. Choro porque amanha vou voltar a chorar..por quem?? so o futuro dira, se os outros nao ficarem a chorar por mim.
SP
Faz meses que ele andava doente.
ResponderEliminarQue momento triste para a NACAO!!!
ResponderEliminarPermita-me que deste canto da Oceania extenda os meus sentidos pesares, em primeiro lugar, a familia Ngwenha. Voces perderam um ente querido e o pais perdeu um imbondeiro. Um jovem que enquanto vivo dedicou a sua vida pela causa social, juntando no mesmo saco opressores e oprimidos.
Penso que a proposta do Prof me parece judiciosa porque o Jeremias e o pais merecem...
Jerimias ate sempre....descanse em PAZ!!
Aljofre