Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
18 abril 2007
Pesquisa sobre linchamentos da UDS: socióloga brasileira virá a Maputo
2 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Prezado Professor,
ResponderEliminar1. As infra-estruturas urbanas de Maputo à data da Independência estavam projectadas para uma população inferior a 500 mil habitantes.
2. Nos últimos 30 anos a população da cidade e subúrbios quadruplicou. Entretanto, as infra-estruturas de base não cresceram proporcionalmente. Foram sujeitas a maior pressão e, sem adequada manutenção e conservação, degradaram-se aceleradamente.
3. O drama de hoje é estarmos perante uma cidade e subúrbios sem infra-estruturas para a pressão urbanística real. E, mais grave, sem ideias pragmáticas e sustentáveis para suster /inverter a situação.
4. O homem, como qualquer outro animal, precisa de espaço e é cioso do seu espaço. Os não racionais demarcam-no com a própria urina. O homem, com muros, arame farpado e/ou electrificado, segurança privada, etc.
5. Quando o Governo se “marimba” para o facto de cerca de 80% da população fazer da agricultura o seu modo de vida e se esquece de criar um mínimo de condições realistas de incentivo à produção, comercialização e circulação de pessoas e bens, para que o nível de bem estar no campo, no mínimo, não se degrade ano após ano, está, obviamente, a CHAMAR A POPULAÇÃO para os centros urbanos Ajudado /apoiado, pelas sofisticadas máquinas de apelo ao consumismo que inundam os meios de comunicação social, públicos e privados. O repto é: consome e ganha!
6. A população camponesa, sempre generosa, tem respondido ao CHAMAMENTO do Governo. Consequência: em três décadas a população activa nacional mais que duplicou e a produção agrícola, em quantidade, na maior parte dos casos, está muito abaixo dos níveis de 1974. Ou seja, a produtividade agrícola nacional, onde pulula 80% da população, degradou-se, caiu em flecha: os camponeses e a agricultura em geral, está menos competitiva que há 30 anos.
7. Ora, como o espaço infra-estruturado nos centros urbanos não é elástico, o bicho homem entra em conflito. Num ambiente onde o emprego é escasso, a subsistência cada vez mais difícil, o apelo ao consumo uma enormidade, a defesa e segurança publica quase uma utopia, VALE TUDO para assegurar a sobrevivência. Como na verdadeira Selva, “quem os seus inimigos poupa às mãos lhe cairá”, os que nesta “selva urbana” sentem o seu território e bens em risco … apressam-se a liquidar os invasores, sem olhar a meios.
Um abraço,
Florêncio.
Não me resta outra alternativa, Florêncio, senão ter em conta o que escreveu. Toda a equipa da UDS lerá isso. Obrigado.
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