Outros elos pessoais

13 abril 2007

Paiol de Malhazine: "erro humano" sem responsáveis


Factores de natureza técnica e erro humano estiveram na origem das explosões no paiol das Forças Armadas situado em Malhazine, de acordo com o comissão de inquérito criada por despacho presidencial de 23 de Março, para apurar as causas do acidente e cujo relatório, segundo o "Notícias" de hoje, foi entregue ao chefe do Estado a 7 de Abril.
No que toca ao erro humano, o relatório salienta "a ausência de inspecções técnicas e a manifesta irregularidade de visitas de inspecção visual, incluindo a inobservância das regras de experiência apropriada relativamente à guarda e manutenção de artefactos militares."
Tendo em conta o trabalho do "Notícias", ficamos com a sensação, através da bela copulativa "e", que os problemas técnicos são uma coisa e o erro humano outra, como se aqueles pudessem ter surgido por uma espécie de geração espontânea.
Entretanto, o jornal procura confortar-nos mostrando que medidas de correcção e prevenção estão em curso.
Continuamos sem saber, perante um relatório que nada de novo trouxe ao nosso conhecimento, quem deu azo ao "erro humano" (de resto anteriormente referido no relatório do Instituto de Estudos Estratégicos da África do Sul) que provocou 117 mortos e mais de 500 feridos.
Em parte alguma da sua edição de hoje, o jornal se coloca essa questão.
Em parte alguma a comissão que elaborou o relatório parece ter-se colocado a mesma questão.
E ninguém do Estado se manifesta.
Portanto, um erro humano sem responsáveis.
E como sempre amamos os provérbios, nada custa recordar que errar é humano. E se errar é humano, que mal há, então, em errar -mesmo se continuamente -, se isso é humano, se isso é normal e humanamente deve ser compreendido ?

4 comentários:

  1. Sinceramente este nosso Governo envergonha-nos, mas mais vergonha sinto eu do povo moçambicano, que parece acreditar que uma mão invisivel irá acabar com a impunidade desta gente. Usando os meios estabelecidos na constituição tiremos esta gente do poder. 32 anos é muito tempo. Professor veja o artigo de hoje no blog quotidiano de moçambique do Ilidio Macia (www.ilidiomacia.blogspot.com.

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  2. Podem escrever todos os relatórios que quiserem, poucos os lerão ou terão em conta e muito menos quem governa. Tenho dito.

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  3. Bem, caros, enquanto não soubermos usar este momento único - democracia e multipartidarismo - para fins do cidadão, as coisas serão sempre assim e pior ainda. Não é por acaso que há quem ganha mais dentes neste momento e num futuro tão próximo possamo-nos sentir muito mais mal. Porém, os países democraticamente maduros usar a democracia como forma de os políticos pensarem na reaccão dos cidadãos. Uns dos meus conselhos aos manifestantes e aos apoiantes é criacão de uma associacão (?)...

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