Outros elos pessoais

21 abril 2007

O socialismo científico de Marcelino dos Santos


Segundo o "Notícias" de hoje, "Marcelino dos Santos afirmou que o socialismo científico, cujos princípios assentam na propriedade colectiva dos meios de produção, é o objectivo final da causa perseguida pela FRELIMO".
Evidentemente que Marcelino dos Santos, veterano das lutas de libertação, sabe que isso não é verdade e que o socialismo científico apenas habita nos seus sonhos. Se falasse em capitalismo científico como objectivo final da Frelimo, era possível estar de acordo com ele.

11 comentários:

  1. 1. Marcelino, pura e simplesmente, CRISTALIZOU, ENQUISTOU! Passou á história! Não tem mais nada a dar ao país! Grave é a FRELIMO continuar a dar-lhe voz!
    2. Marcelino fez barbaridades: quem não se lembra da sua passagem pela Beira como “Dirigente / Governador”? Coisas de louco! Como os demais históricos da Frelimo, Marcelino cedo se rendeu aos prazeres mundanos (lembram-se da Encatex?), ao consumismo ao gozo da subserviência dos seus acólitos.
    3. No Congresso que antecedeu a adesão de Moçambique ao FMI / WB, Samora foi claro. Alertou os militantes: (i) a via socialista tinha chegado ao fim; (ii) as torneiras do apoio internacional tinham secado. Restava a adesão ao FMI e WB, o que implicava optar pela economia de mercado. Alertou para o facto de: (i) na economia socialista o bem-estar depender do poder político; (ii) nas economias de mercado, do poder económico.
    4. Os estatutos da Frelimo foram alterados, pois os militantes não podiam ser proprietários: os meios de produção, como nostalgicamente Marcelino continua a defender, deveriam, única e exclusivamente pertencer ao Estado.
    5. Samora incentivou os membros da Frelimo para trabalharem na obtenção do poder económico. O Governo avançou entretanto com o programa de privatizações e os camaradas tiveram acesso, com facilidades tropicais, aos meios de produção. Passaram de proletários a burgueses (detentores de meios de produção), na maior parte dos casos sem os pagar, até hoje.
    6. De então para cá, a SIMBIOSE Frelimo / Governo tem funcionado na perfeição, encontrando mecanismos de saneamento das dívidas então contraídas pelos novos burgueses, e entretanto vencidas e não pagas. Ainda recentemente foi aprovada legislação nesse sentido, premiando quem não paga.
    7. A “ POLÉMICA EM TORNO DA IMPORTAÇÃO DO FRANGO” (ver semanário Meia Noite desta semana) enquadra-se na SIMBIOSE Frelimo / Governo, na nova filosofia do CAPITALISMO CIENTIFICO: Para financiamento da máquina partidária, a Frelimo negoceia com alguns empresários da praça a importação dos mais diversos bens com ISENÇÃO (não pagamento ao Estado) dos impostos devidos, contra o pagamento de uma taxa ao Partido. A título de exemplo, bem próximo do real: no caso do frango brasileiro, o Estado deixa de receber cerca de 50% de impostos; em contrapartida, o importador paga 25% ao Partido, através de empresas dominadas pela Frelimo. No caso dos frangos, há quem associe a intermediação a “voos rasantes” e fale também de máquinas a vapor:cachimbos!
    8. O Marcelino vive noutra galáxia!

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  2. As vezes a ressureicão dele pode nos fazer saber coisas, como é o comentário do anónimo acima.

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  3. vôvô Marcelino....

    CORRUPÇÃO, CRIME, CAPITALISMO (Com capitalistas guerrilheiros ex-socialistas-marxistas-samoristas,etc e cte) AUSÊNCIA DE JUSTIÇA SOCIAL, SEGURANÇA SOCIAL IKUINE? Mama mia....
    Tanta parvoice em Moçambique e na FRELIMO!!!
    Marcelino, "FAMBA KWIA UAKO" - "HAMBANINE"
    Moçambique é uma vergonha em termos de sociedade, gerida por ex-guerrilheiros, socialistas, marxistas, ....

    AONDE PARA O HOMEM NOVO prometido pela FRELIMO quando mandou para os 'Campos de concentração' os opositores, as prostitutas, os desempregados, os mal vistos pelo chefe dos Grupos de Dinamização etc, etc, etc????

    POBRE MOÇAMBIQUE...

    DESGRAÇADO POVO.

    Casimiro Serra

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  4. Porquê que Marcelino dos Santos não fez tais pronunciamentos públicos antes,quando se discutiam os contornos do Acordo de paz e do futuro politico do país (1992/94)? Não deixa de ser sintomático,sobretudo quando o seu discurso é perfeitamente tolerado pelo partido.Creio que M.S.é a voz de muitos convictos de que o Partido-Estado é a melhor formula para Moçambique.Seria interessante que algun jornalista questionasse o PR sobre os pronunciamentos de M.S.Por outro lado o posicionamento de M.S. só demonstra que a questão "ideológica" no seio da FRELIMO ainda não foi resolvida.

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  5. O PERCURSO De DR HUGO JOSÉ AZANCOT DE MENEZES

    Hugo de Menezes nasceu na cidade de São Tomé a 09 de fevereiro de 1928, filho do Dr Ayres Sacramento de Menezes.

    Aos três anos de idade chegou a Angola onde fez o ensino primário.
    Nos anos 40, fez o estudo secundário e superior em Lisboa, onde concluiu o curso de medicina pela faculdade de Lisboa.
    Neste pais, participou na fundação e direcção de associações estudantis, como a casa dos estudantes do império juntamente com Mário Pinto de Andrade ,Jacob Azancot de Menezes, Manuel Pedro Azancot de Menezes, Marcelino dos Santos e outros.
    Em janeiro de 1959 parte de Lisboa para Londres com objectivo de fazer uma especialidade, e contactar nacionalistas das colónias de expressão inglesa como Joshua Nkomo( então presidente da Zapu, e mais tarde vice-presidente do Zimbabué),George Houser ( director executivo do Américan Commitee on África),Alão Bashorun ( defensor de Naby Yola ,na Nigéria e bastonário da ordem dos advogados no mesmo pais9, Felix Moumié ( presidente da UPC, União das populações dos Camarões),Bem Barka (na altura secretário da UMT- União Marroquina do trabalho), e outros, os quais se tornou amigo e confidente das suas ideias revolucionárias.
    Uns meses depois vai para Paris, onde se junta a nacionalistas da Fianfe ( políticos nacionalistas das ex. colónias Francesas ) como por exemplo Henry Lopez( actualmente embaixador do Congo em Paris),o então embaixador da Guiné-Conacry em Paris( Naby Yola).
    A este último pediu para ir para Conacry, não só com objectivo de exercer a sua profissão de médico como também para prosseguir as actividades políticas iniciadas em lisboa.
    Desta forma ,Hugo de Menezes chega ao já independente pais africano a 05-de agosto de 1959 por decisão do próprio presidente Sekou -Touré.
    Em fevereiro de 1960 apresenta-se em Tunes na 2ª conferência dos povos africanos, como membro do MAC , com ele encontram-se Amilcar Cabral, Viriato da Cruz, Mario Pinto de Andrade , e outros.
    Encontram-se igualmente presente o nacionalista Gilmore ,hoje Holden Roberto , com o qual a partir desta data iniciou correspondência e diálogo assíduos.
    De regresso ao pais que o acolheu, Hugo utiliza da sua influência junto do presidente Sekou-touré a fim de permitir a entrada de alguns camaradas seus que então pudessem lançar o grito da liberdade.

    Lúcio Lara e sua família foram os primeiros, seguindo-lhe Viriato da Cruz, Mário de Andrade , Amílcar Cabral e dr Eduardo Macedo dos Santos.

    Na residência de Hugo, noites e dias árduos ,passados em discussões e trabalho… nasce o MPLA ( movimento popular de libertação de Angola).
    Desta forma é criado o 1º comité director do MPLA ,possuindo Menezes o cartão nº 6,sendo na realidade Membro fundador nº5 do MPLA .
    De todos ,é o único que possui uma actividade remunerada, utilizando o seu rendimento e meio de transporte pessoal para que o movimento desse os seus primeiros passos.
    Dr Hugo de Menezes e Dr Eduardo Macedo dos Santos fazem os primeiros contactos com os refugiados angolanos existentes no Congo de forma clandestina.

    A 5 de agosto de 1961 parte com a família para o Congo Leopoldina ,aí forma com outros jovens médicos angolanos recém chegados o CVAAR ( centro voluntário de assistência aos Angolanos refugiados).

    Participou na aquisição clandestina de armas de um paiol do governo congolês.
    Em 1962 representa o MPLA em Accra(Ghana ) como Freedom Fighters.

    Em Accra , contando unicamente com os seus próprios meios, redigiu e editou o primeiro jornal do MPLA , Faúlha.

    Em 1964 entrevistou Ernesto Che Guevara como repórter do mesmo jornal, na residência do embaixador de Cuba em Ghana , Armando Entralgo Gonzales.
    Ainda em Accra, emprega-se na rádio Ghana juntamente com a sua esposa nas emissões de língua portuguesa onde fazem um trabalho excepcional. Enviam para todo mundo mensagens sobre atrocidades do colonialismo português ,e convida os angolanos a reagirem e lutarem pela sua liberdade. Estas emissões são ouvidas por todos cantos de Angola.

    Em 1966´é criada a CLSTP (Comité de libertação de São Tomé e Príncipe ),sendo Hugo um dos fundadores.

    Neste mesmo ano dá-se o golpe de estado, e Nkwme Nkruma é deposto. Nesta sequência ,Hugo de Menezes como representante dos interesses do MPLA em Accra ,exilou-se na embaixada de Cuba com ordem de Fidel Castro. Com o golpe de estado, as representações diplomáticas que praticavam uma política favorável a Nkwme Nkruma são obrigadas a abandonar Ghana .Nesta sequência , Hugo foge com a família para o Togo.

    Em 1968,Agostinho Neto actual presidente do MPLA convida-o a regressar para o movimento no Congo Brazzaville como médico da segunda região militar: Dirige o SAM e dá assistência médica a todos os militantes que vivem a aquela zona. Acompanha os guerrilheiros nas suas bases ,no interior do território Angolano, onde é alcunhado “ CALA a BOCA” por atravessar essa zona considerada perigosa sempre em silêncio.

    Hugo de Menezes colabora na abertura do primeiro estabelecimento de ensino primário e secundário em Dolisie ,onde ele e sua esposa dão aulas.

    Saturado dos conflitos internos no MPLA ,aliado a difícil e prolongada vida de sobrevivência ,em 1972 parte para Brazzaville.

    Em 1973,descontente com a situação no MPLA e a falta de democraticidade interna ,foi ,com os irmãos Mário e Joaquim Pinto de Andrade , Gentil Viana e outros ,signatários do « Manifesto dos 19», que daria lugar a revolta activa. Neste mesmo ano, participa no congresso de Lusaka pela revolta activa.
    Em 1974 entra em Angola ,juntamente com Liceu Vieira Dias e Maria de Céu Carmo Reis ( Depois da chegada a Luanda a saída do aeroporto ,um grupo de pessoas organizadas apedrejou o Hugo de tal forma que foi necessário a intervenção do próprio Liceu Vieira Dias).

    Em 1977 é convidado para o cargo de director do hospital Maria Pia onde exerce durante alguns anos .

    Na década de 80 exerce o cargo de presidente da junta médica nacional ,dirige e elabora o primeiro simpósio nacional de remédios.

    Em 1992 participa na formação do PRD ( partido renovador democrático).
    Em 1997-1998 é diagnosticado cancro.

    A 11 de Maio de 2000 morre Azancot de Menezes, figura mítica da historia Angolana.

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  6. Caro Hugo




    Sa�de para si e para a fam�lia. N�s por c� tudo normal excepto a complica�o dos disparates dos amigos da Firma UPA- PDA que se pretendem grandes v�timas do nacionalismo angolano quando � certo sofrerem do nacionalismo de ricos�
    Deves estar ao corrente de que provavelmente na 2� quinzena de Setembro se deve realizar o congresso popular para modifica�es disciplinares no nosso movimento. Como todos os membros do comit� Director devem assistir a ele, era e � m�xima conveni�ncia que respondesse ao telegrama que o MPLA te enviou confirmando a minha aceita�o da proposta do presidente Nkrumah e tua a fim de eu ficar a trabalhar em Accra.

    Conv�m que me responda se recebeu o telegrama e quando conta que eu possa aparecer a� para tamb�m aqui se fazer um plano de trabalho de sorte a minha aus�ncia mesmo inopinada n�o prejudique a boa marcha das coisas.
    Recomenda�es da minha fam�lia � sua.
    Abra�o e sauda�es nacionalistas.
    Ao seu dispor
    Leo , 30/08/ 1962

    Jos� Domingos

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  7. Conacry,10 de agosto de 1961 Ref. 383/21/61

    Hugo Azancot de Menezes

    Recebida aos 24/08/61


    Caro Hugo

    Estimamos que tu e a tua fam�lia tenham feito uma excelente viagem e que voc�s todos gozem de boa sa�de.

    Diz-nos urgentemente de que necessitares a�. Estamos aqui para servir da melhor maneira.
    1-Junto te envio copia de uma carta que o director do EXPRESSEN dirigiu ao bureau da CONCP.
    Pelos vistos j� est�o a caminho de L�opoldville 3 toneladas de medicamentos, de medicamentos ,os quais se destinam a CVAAR.
    Achamos que � muito importante reter a seguinte passagem da carta do director do EXPRESSEN: � Nos remede sont a leur disposition, mais s`ils n`arrivent pas a L�o ces temps -ci les remede seront distribu�s aux infirmeries au long de la frontiere.

    Se for poss�vel ,� muito conveniente que te apresentes urgentemente ao M. Gosta Streiffert , coordenador em chefe da ac�o em favor dos refugiados angolanos no congo.

    Os fins da tua visita ao Streiffert dever�o ser os seguintes:

    a) Garantir- lhe a pr�xima chegada ao Congo de mais dois m�dicos angolanos. ( Com efeito, o ministro da sa�de deste pa�s acaba de dizer ao Eduardo que ele pode partir quando ele quiser .Em face disso, � quase certo que o Eduardo e o Boavida partir�o no pr�ximo barco, ou mesmo antes, de avi�o.

    b) Avisar ao Streiffer que os tr�s m�dicos angolanos -
    - Tu ,Boavida e Santos -,que estar�o a� certamente antes da chegada dos medicamentos, est�o prontos a entrar imediatamente em actividade com os medicamentos enviados da Su�cia pelo EXPRESSEN.

    c) Deixar boa impress�o ao Streiffer . Para isso, recomendaremos -te um trato o mais diplom�tico poss�vel e a maior circunspec�o poss�vel . � fundamental que, depois do teu encontro com o Streiffer , este n�o fique com a impress�o de que a vossa actividade vai constituir uma esp�cie de concorr�ncia as fun�es dele e a actividade da liga das sociedades da cruz vermelha para o Congo.
    Pelo contrario.
    d) Sondar , habitualmente , a opini�o �ntima do Streiffer sobre a vossa futura presen�a junto dos refugiados . Tentar saber se h� influ�ncias, opostas a actividade da CVAAR , na pessoa do Streiffer e dos seus colegas.

    e) Deixar em toda gente a convic�o firme de que a actividade da CVAAR ser� humanit�ria e apol�tica . Quero, no entanto, lembrar-te quee a melhor maneira de impor a ideia de que a CVAAR � apol�tica n�o consiste em declarares que ela � � apol�tica�, mas sim em mostrares um interesse humano, m�dico, por todas as v�timas da guerra. Quero dizer: o apoliticismo da CVAAR ser� inculcado no esp�rito dessa gente de maneira indirecta: atrav�s das tuas atitudes e do teu interesse humano e de t�cnico pelos doentes v�timas dos acontecimentos de Angola.

    Fala pouco e ouve muito. � pela bouca que morre o peixe.
    f) � fundamental que, depois do Streiffer te conhecer , deixes neste indiv�duo uma esp�cie de compromisso de consci�ncia que o impe�a de dar os medicamentos um outro destino diferente ,sem primeiramente te consultar.
    2- O Aquino Bragan�a vai enviar-te de Rabat o original da carta do director do EXPRESSEN . Em caso de necessidade , essa carta poder� servir de tira-teimas sobre o destinat�rio dos medicamentos.
    Tudo faremos para que dentro de dias o Eduardo e o Am�rico estejam a�.

    3)- Diz-nos urgentemente se a War ON Wait j� transferiu o dinheiro para a�. Tenho insistido com o CABRAL para que isso se realize o mais depressa poss�vel . Mas achamos estranho que o CABRAL n�o tenha, at� hoje, acusado a recep�o da vossa carta para a WAR ON WAIT.

    Achamos conveniente que, logo que chegues ao Congo , escrevas ao CABRAL informando-o de que j� estas a� e que outros m�dicos chegar�o dentro de dias .
    Sa�de para a tua fam�lia e para ti.
    Coragem , bom trabalho e prud�ncia!

    P.S.- O original desta carta ,envi�mo-la , nesta mesma data , � nossa caixa postal de Brazzaville.

    VIRIATO DA CRUZ

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  8. MOVIMENTO POPULAR DE LIBERTA��O DE
    DE ANGOLA
    M.P.L.A.
    51,Avenue Tombeur de Tabora
    LEOPOLDVILLE




    COMIT�
    DIRECTOR


    NACIONALISTAS ANGOLANOS



    Transcreve-se a nota N� .A/M/F enviada ,em 10.11.1961, ao comit� Executivo da Uni�o das popula�es de ANGOLA:

    � Como V.Exas. Sabem, em nove de setembro de 1961, uma esquadra da nossa organiza�o militar, que se dirigia a Nambuangongo em miss�o de socorro �s popula�es cercadas pelas tropas portuguesas , foi , pela trai�o, cercada e feita prisioneira por grupos armados da Uni�o das Popula�es de Angola que actuam no corredor de entrada e sa�da dos patriotas angolanos.

    Desde aquela data at� hoje, mantendo - se embora vigilante e tendo conhecimento , n�o sem revolta, dos maus tratos que foram infligidos por militantes da UPA aos nossos compatriotas, o comit� Director do M.P.L.A. Esperou ver qual seria o comportamento dos �rg�os dirigentes da UPA
    Diante desse crime de lesa - p�tria e que enodoa o digno movimento patri�tico do povo angolano.

    O Comit� Director do M.P.L.A. Faz o mais en�rgico protesto contra esse acto anti - patri�tico, que visa a enfraquecer a resist�ncia armada do povo angolano e que introduz, por iniciativa da UPA, a luta fratricida nos campos de batalha de Angola.
    Sob pena desse � affaire � ser levado imediatamente ao conhecimento da opini�o p�blica e dos organismos internacionais , o comit� Director do MPLA

    � - exige a imediata liberta�o de todos os nossos compatriotas;
    � - exige a entrega de todos as armas, muni�es e demais bagagens

    � - que foram retirados aos guerrilheiros daquela nossa esquadra ; e

    � - responsabiliza, desde j� , a uni�o das popula�es de Angola pela


    � - vida desses nossos valorosos compatriotas.

    � Na expectativa, subscrevemo-nos


    Atenciosamente

    (ass) Mario Pinto de Andrade
    Viriato da cruz
    Matias Migu�is
    Eduardo dos Santos
    Hugo de Menezes

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  9. CORPO VOLUNTÁRIO ANGOLANO DE ASSISTÊNCIA AOS REFUGIADOS
    (C.V.A.A.R.)

    B.P.856, LÉOPOLDVILLE

    5 de Outubro de 1962


    Dr. Hugo de Menezes
    Bureau of African Affairs
    P. O. BOX M24

    ACCRA

    GHANA


    Caro compatriota,
    Estamos a enviar-lhe cópia da resposta à carta em que nos pediam um endeeço em Ghana para onde mandar medicamentos para os refugiados angolanos. Esperamos que não seja muito difícil remeter depois o estoque para LÉO.

    Pelo despacho nº 5781 de 2 de Outubro do primeiro Burgomestre de Léopoldville, o C.V.A.A.R tem já autorização oficial a partir de 10 de Setembro de 1962. Junto enviamos-lhe a credencial para actuar aí na medida do possível.
    Continua a aumentar o número de refugiados e há uma falta enorme de medicamentos tanto nos dez postos actuais (LUALI, MOANDA- BANANA, BOMA, MATADI, SONGOLOLO, MOERBEKE, LUKALA, KINDOPOLO, KIMPANGU e MALELE) como no dispensário central. A segunda turma do curso de enfermagem começa no dia 8 deste com 42 alunos insoritos. Há quase mil crianças e adultos a frequentar já e inscritos nas campanhas de escolarização e alfabetização lançadas pelo C.V.A.A.R. Precisamos de dinheiro para transportar os medicamentos, etc., à fronteira, manter os enfermeiros e alunos, livros, etc.
    Para qualquer coisa que precisar daqui, eis -nos ao seu dispor .
    Cordialmente,
    Deolinda Almeida

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  10. CORPO VOLUNTÁRIO ANGOLANO DE ASSISTÊNCIA AOS REFUGIADOS
    (C.V.A.A.R.)

    B.P.856, LÉOPOLDVILLE

    5 de Outubro de 1962


    Dr. Hugo de Menezes
    Bureau of African Affairs
    P. O. BOX M24

    ACCRA

    GHANA


    Caro compatriota,
    Estamos a enviar-lhe cópia da resposta à carta em que nos pediam um endeeço em Ghana para onde mandar medicamentos para os refugiados angolanos. Esperamos que não seja muito difícil remeter depois o estoque para LÉO.

    Pelo despacho nº 5781 de 2 de Outubro do primeiro Burgomestre de Léopoldville, o C.V.A.A.R tem já autorização oficial a partir de 10 de Setembro de 1962. Junto enviamos-lhe a credencial para actuar aí na medida do possível.
    Continua a aumentar o número de refugiados e há uma falta enorme de medicamentos tanto nos dez postos actuais (LUALI, MOANDA- BANANA, BOMA, MATADI, SONGOLOLO, MOERBEKE, LUKALA, KINDOPOLO, KIMPANGU e MALELE) como no dispensário central. A segunda turma do curso de enfermagem começa no dia 8 deste com 42 alunos insoritos. Há quase mil crianças e adultos a frequentar já e inscritos nas campanhas de escolarização e alfabetização lançadas pelo C.V.A.A.R. Precisamos de dinheiro para transportar os medicamentos, etc., à fronteira, manter os enfermeiros e alunos, livros, etc.
    Para qualquer coisa que precisar daqui, eis -nos ao seu dispor .
    Cordialmente,
    Deolinda Almeida

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  11. CORPO VOLUNTÁRIO ANGOLANO DE ASSISTÊNCIA AOS REFUGIADOS
    (C.V.A.A.R.)

    B.P.856, LÉOPOLDVILLE

    5 de Outubro de 1962


    Dr. Hugo de Menezes
    Bureau of African Affairs
    P. O. BOX M24

    ACCRA

    GHANA


    Caro compatriota,
    Estamos a enviar-lhe cópia da resposta à carta em que nos pediam um endeeço em Ghana para onde mandar medicamentos para os refugiados angolanos. Esperamos que não seja muito difícil remeter depois o estoque para LÉO.

    Pelo despacho nº 5781 de 2 de Outubro do primeiro Burgomestre de Léopoldville, o C.V.A.A.R tem já autorização oficial a partir de 10 de Setembro de 1962. Junto enviamos-lhe a credencial para actuar aí na medida do possível.
    Continua a aumentar o número de refugiados e há uma falta enorme de medicamentos tanto nos dez postos actuais (LUALI, MOANDA- BANANA, BOMA, MATADI, SONGOLOLO, MOERBEKE, LUKALA, KINDOPOLO, KIMPANGU e MALELE) como no dispensário central. A segunda turma do curso de enfermagem começa no dia 8 deste com 42 alunos insoritos. Há quase mil crianças e adultos a frequentar já e inscritos nas campanhas de escolarização e alfabetização lançadas pelo C.V.A.A.R. Precisamos de dinheiro para transportar os medicamentos, etc., à fronteira, manter os enfermeiros e alunos, livros, etc.
    Para qualquer coisa que precisar daqui, eis -nos ao seu dispor .
    Cordialmente,
    Deolinda Almeida

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