O título pode ser "A arte de ter sempre razão" (Portugal, editora Frenesi) ou pode ser "Como vencer um debate sem precisar ter razão" (Brasil, editora TopBooks).
Um pequeno texto de Arthur Schopenhauer, inacabado, escrito provavelmente em 1830, com 38 estratagemas de como praticar a malandrice intelectual e vencer um adversário. Não importa a verdade, mas a vitória, o prazer carnívoro, sofístico da vitória.
Do género: "Um modo prático de afastar ou de pelo menos colocar sob suspeita uma afirmação do adversário que nos é contrária é submetê-la a uma categoria odiada, ainda que a relação entre elas seja a de uma vaga semelhança ou de total incoerência."
E tantos outros géneros, garanto-vos! Vocês convenceram-se de que sois sábios mas quereis aparentar humildade? Digam que nada sabem, escrevam montes de coisas como se escrevessem para leigos. O adversário é rijo? Faça-no enfurecer e perder as estribeiras. Sentem que o adversário é intelectualmente bom? Digam-lhe que não compreenderam o que ele escreveu. O adversário mete medo? Escrevam algo incompreensível, alardeando uma profundidade esotérica, que ninguém vai compreender. E por aí fora.
Os 38 estratagemas de Schopenhauer podem dar muito resultado na praça (ou dar mais do que já dão), leiam, leiam o livrinho!
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Amanhã escrevo uma receita exemplar dessa arte, vereis. Aguardem por amanhã.
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