Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
05 setembro 2006
O que é uma foto bonita?
Naturalmente que cada um de nós responderá com determinados critérios de estética.
O problema está na facilidade com que lhe daremos uma solução psicologizante, uma resposta ao nível do indivíduo.
Bem mais difícil é aprendermos que por trás de opções individuais habitam grupos sociais e padrões diferentes de estética, de avaliação do belo.
Mesmo os questionários correm muitas vezes o risco de multiplicarem a atracção psicologizante.
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N.B. Existem páginas maravilhosas sobre o tema em Émile Durkheim e Pierre Bourdieu.
6 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Para mim uma foto bonita e aquela que me toca a alma, pode ser de uma crianca sorrindo, de um lugar que me faca sonhar ou ate das tristezas com que convivemos no dia a dia (fome, marginalidade, mendicidade,...)desde que me faca refletir sobre o momento em que foi tirada. Entao...a foto e bela! Bjs Tuchamz.
ResponderEliminarSim, sem dúvida. Porém, a minha ideia foi a de mostrar que os nossos gostos individuais são, em última instância (resistente fórmula marxiana, esta!), condicionados pelo grupo social ao qual pertencemos, pela educação que recebemos, etc. Se um dia puder, leia, por exemplo, "A Distinção" de Pierre Bourdieu.
ResponderEliminarSim. Concordo que o contexto colectivo e o que mais condiciona a nossa percepcao do belo ou do feio, entre outras coisas. Quanto a sua sugestao vou tentar Ler, vai ser um bocado dificil porque aqui as Bibliotecas nao sao "fartas" mas...logo se ve.Bjs Tuchamz
ResponderEliminarReceio que nao encontres aqui esse livro e muito menos em lingua portuguesa.
ResponderEliminarO ponto central consiste em encontrarmos nos indivíduos as “estruturas sociais incorporadas”, como defendeu Bourdieu. O que nos leva a classificar algo como belo ou feio, saboroso ou insípido, vulgar ou distinto, a gostar mais de Dilon Ndjindji do que de James Blunt, de piano mais do que de timbila, de ténis do que de futebol, de matapa do que de filete à milanesa, etc., passa pela relação entre os sistemas de classificação e as condições sociais que os ensejam. Se o gosto é uma predisposição adquirida, ela só o pode ser socialmente. Mas tomemos tudo isso apenas como um saudável exercício de interrogação, está bem?
ResponderEliminarO belo é toda expressão sentida em cada detalhe de uma foto,seja ela de qualquer forma,em imagens variadas,elaboradas ou distorcidas.Belo é a maneira como observamos o Todo que nos carca.Belo é este teu Blog caro sr.prof.que tantas informações nos traz."Feio" é a inexistência do belo,logo,para mim não existe.De certo pergunta-se como não? E a fome,miséria,guerras,desamor,medos,doenças letais,psíquicas,neuroses...tanta coisa cobre o belo.Respondo,preciso responder? Creio que não,pois a simples palavra "cobre" fala por si mesmo.
ResponderEliminarAssim penso eu.