O jornalista e director do semanário Zambeze, Salomão Moyana, escreveu um editorial do qual seleccionei os seguintes dois parágrafos, que certamente vão obrigar o Capital a reflectir:
"Ninguém sabe porque é que a nossa legislação não permite que os camponeses afectados por mega-projectos, em vários cantos do País, possam tornar-se accionistas desses mega-projectos, eliminando, de uma vez por todas, a sua pobreza secular. O que se assiste é um piedoso movimento de movimentação/deslocação e reassentamento, muitas vezes, em terras menos férteis e culturalmente desajustadas aos interesses das populações “donas” das terras cujos subsolos possuem minérios que cativam os mega-projectos.
Imaginem, compatriotas, as populações de Topuito como accionistas do mega-projecto de areias pesadas de Moma! Imaginem a revolução que isso não causava, não só nas suas vidas, como o seu efeito multiplicador no desenvolvimento de toda a costa de Moma até Angoche, alcançando Mogovolas e arredores! Imaginem que às populações de Chibuto fosse permitido pela lei, negociar, através do seu administrador distrital, acções no mega-projecto de areias pesadas do “Corridor Sands”! E imaginem o resto de mega-projectos deste País, os quais, apesar de serem projectos do primeiro mundo, possuem, nos seus arredores, cinturões de pobreza absoluta do quinto mundo. A enxada não será suficiente para mudar a face destas populações. É preciso que haja criatividade legislativa para se acelerar o passo!"
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http://www.zambeze.co.mz/zambeze/artigo.asp?cod_artigo=174500
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