Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
23 agosto 2006
Mestre e curandeiro fala de medicina tradicional
Segundo Mahumana, citado pelo jornal, a medicina tradicional é tão moderna e curativa quando a biomedicina. Os seus médicos também investigam. Podemos ensinar que o HIV/SIDA se transmite por um vírus, mas também devemos ensinar que há formas de transmissão e contaminação espirituais e simbólicas. Uma pessoa que perdeu parentes está impura, uma pessoa exposta à guerra e à morte fica impura. A contaminação não é biológica, mas cultural, segundo Mahumana. Existem múltiplos modelos de eficácia. A eficácia não está apenas no hospital, mas também na medicina tradicional. As doenças são também sociais. A medicina tradicional não está a resolver problemas do século passado, está a resolver problemas actuais, por isso é moderna. Ela requer melhor integração social e deve jogar um papel político crescente.
3 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
A coragem de Mahumana é invulgar, pelo menos por enquanto, dentre os demais CIDADÃOS que se prezam "Modernos" deste país. Mas não é insólita, no sentido de que há já um quasi-consenso dentre os cientistas sociais pós-modernos (Boaventura de Sousa Santos, João Arrriscado Nunes, Maria Paula G. Meneses, Carlos Serra, T.C.Silva, dentre outros) que advogam a necessidade de um diálogo intercambiante entre as diversas ecologias de saberes (vide a propósito o mega-projecto desenvolvido e liderado por BSS no link (http://www.ces.uc.pt/emancipa/pt/themes/books.html). Todavia a medicina tradicional (Mahumana em especial) peca pelo facto de usar os mesmos critérios de validação ceintífica aplicados à ciência moderna/convencional, esquecendo-se ed que já não é imperioso, necessariamente porque a ciência moderna não é a única capaz de explicar e encontrar soluções para todos os problemas sociais.Por isso ou por causa disso, ou mesmo pelo facto de reconhecer os limites da sua incapacidade, ela socorre-se à arrogância para excluir as outras formas alternativas à explicação daquilo que ela não consegue explicar. Vide a propósito os conceitos de razão indolente, razão metonímica, razão, razão arrogante e razão proléptica desenvolvidos por Boaventura de Sousa Santos (Para uma sociologia das ausências e uma sociologia das emergências. Basta escrever o título e terão o texto online)
ResponderEliminarMahumana parece-me menos ser um homem corajoso do que um homem de um tempo diferente, de um tempo que ele sabe ler bem. Este e o tempo das alternativas cognitivas, das bifurcacoes permitidas.
ResponderEliminarTalvez hoje ainda eu escreva algo sobre isso.
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