Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
04 maio 2006
Pavlovização
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[1]Na minha modesta carreira de professor universitário, tenho encontrado com frequência um tipo de estudante para quem a sociedade africana não tem outra alternativa senão a de repetir-se. Por exemplo, ao escolherem ritos iniciáticos como temas dos seus trabalhos, vários alunos metem-nos invariavelmente numa camisa de forças cujos elos de ligação são os verbos no presente, do género: «Na minha terra, os ritos de iniciação são constituídos da seguinte maneira...». Será interessante estudar um dia este congelamento ao qual não escapam, mesmo e sobretudo, certos doutos professores da antropologia cá da terra, os teorizadores. Se lhes disserdes que «por trás» de um rito iniciático existe uma permanente e frequentemente invisível convergência de feixes de historicidade e temporalidade diversas, olharão para vós com ar de incredulidade. Claro: cometeis uma heresia e estragais a tranquilidade das calmas águas antropológicas.
[2]Balandier, Georges, Sens et puissance. Les dynamique sociales. Paris: Quadrige/ Presses Universitaires de France, 1986, 3e éd, p. 37.
[3]Engels, Friedrich, Dialéctica da Natureza. Lisboa: Editorial Presença/ Livraria Maria Fontes, 1974, p. 17.
1 comentário:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Brilhante!
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