Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
29 abril 2006
A morte das ciências em África
- O cientista trabalha sob o acicate de uma encomenda externa e não nos carris da carreira académica
- A actividade exerce-se em redes mundiais
- A procura internacional (e não mais nacional) regula as agendas de pesquisa
- A busca de benefícios (mais do que de saberes) tornou-se a máxima de acção
- É o mercado que regula e avalia a actividade dos pesquisadores, não mais os pares.
A esse sombrio cenário escapam, ainda, países como a África do Sul e alguns países do norte de África.
(Ver Ronad Waast, Ministère des Affaires Étrangères (France), L´État des sciences en Afrique, Avril 2002, edição bilingue, também em língua inglesa).
3 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Parece que mesmo nos países de onde vêm as “encomendas externas” e nos africanos que aparentemente escapam, cada vez mais o tipo de pesquisa e a sua apropriação se faz “... ao sabor do que deseja a mídia ou, mais geralmente, de maneira quase diletante”, como diria Renato Ribeiro. Ou seja, o mercado acaba por controlar a maior parte desse processo de produção do conhecimento. Não poucas vezes as universidades viram hotéis – ou motéis, em que se pesquisa por dinheiro - em que os hospedes (pesquisadores, no caso) de uma área têm entre si uma relação virtual cuja forma de gestão é por projecto, em primeiro plano.
ResponderEliminarO quadro que coloca parece-me correcto. Porém, não sou contra quem procura os nossos serviços, quem nos encomenda uma determinada pesquisa. Sou, sim, contra duas coisas: (1) Que, aceitando, sejamos pensados em lugar de pensar; (2) Que esqueçamos por completo as nossas agendas, os nossos temas, tudo aquilo que consiste na pesquisa local por nós pensada. Se temos um projecto e pedimos ao CODESRIA, por exemplo, financiamento, isso é óptimo. Forte abraço!
ResponderEliminarGrande tristeza por causa disso na ciência africana. Nosso estômago tem dono estrangeiro.
ResponderEliminarJonas