É nas cidades onde surgem e se consolidam, cada vez mais, em todas as regiões intersticiais, figuras e associações anómicas de excluídos da sociedade civil de bem-estar, como mendigos, viajantes dos chapas, crianças da rua, recolhedores de lixo nas latas e nas lixeiras públicas, vendedores ambulantes, desmobilizados, deficientes físicos, doentes mentais, prostitutas, passadores de droga, traficantes de moeda estrangeira, diferentes tipos de gangs, etc., todos constituindo ao mesmo tempo um universo diversificado de "desviantes" um pluri-modelo normalizado de contra-sociedade e um centro caleidoscópico de mestiçagem cultural com as suas formas compósitas de linguagem e de representação social.
Todos estão, como num turbilhão, entre um quadro social em rápida decomposição (com os seus rostos colonial, revolucionário, rural e tradicional) e um quadro que se constrói (o neo-liberal). São, a esse propósito, profundamente anómicos, num meio excludente.
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