Importa redar aos Moçambicanos (no que eles têm, como outros, de particular e de universal) a sua dignidade e a sua historicidade. O que faz a dignidade dos homens recobre-se, sempre, da historicidade do que são, impregna-se, para lembrar Alain Touraine, do poder de que eles dispõem menos para reproduzirem o que são do que para produzirem o que querem ser, menos para responderem à situação social do que para a pôr em questão, para se assegurarem, enfim, de uma história humanizada da modernidade, a qual é, afinal, «a história da afirmação crescente da consciência contra a lei do príncipe, do costume, do interesse, da ignorância e do medo»[*].
[*]Touraine, Alain, O retorno do actor, Ensaio sobre a Sociologia. Lisboa: Instituto Piaget, 1996, p.28.
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