tag:blogger.com,1999:blog-26386084.post476221142070272111..comments2023-11-05T11:16:21.481+02:00Comments on Diário de um sociólogo: Espírito do deixa-falar (8)Carlos Serrahttp://www.blogger.com/profile/13187727359471585794noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-26386084.post-53587448115586339052014-01-20T11:04:47.546+02:002014-01-20T11:04:47.546+02:00A teoria da mão externa ofusca muitas vezes o ente...A teoria da mão externa ofusca muitas vezes o entendimento sobre os nossos fenómenos sociais. Já Salazar e o seu regime diziam que eram os chineses e os russos os mentores das guerrilhas no Ultramar quando afinal eram as guerras de libertação das ex colonias portuguesas.<br />Todas as causas precisam de apoio para se afirmarem e o que os Rodesianos e Sul Africanos de entao fizeram não foi mais do que aproveitarem a predisposição de uma parte do povo moçambicano para se libertar da hegemonia de um partido tornado estado para tambem favorecerem os seus interesses. O resultado é a Renamo que, quer queiramos quer não, é nossa (talvez mais nossa que a quase canadiana Cahora Bassa), é moçambicana de moçambicanos.<br />Não vale dizer que muitas atrocidades foram cometidas em determinados contextos. A justiça pode ser retroactiva. Os assassinatos de Simango, Kavandame, Joana Simeao, padre Guenjere e muitos outros moçambicanos constituem o genoma da Renamo.<br />E sim, há qualquer coisa de sanguinária em nós africanos. nachingweyahttps://www.blogger.com/profile/15578258992804753057noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-26386084.post-27129124020964924852014-01-20T09:38:01.285+02:002014-01-20T09:38:01.285+02:00Escrevo à velocidade da Lurdes Mutola, alguns erro...Escrevo à velocidade da Lurdes Mutola, alguns erros ortográficos nos comentários terão que ser perdoados.<br /><br />Diria o meu velho amigo que "(...) quando o fundamental numa noiva é ter juízo, algumas borbulhas podem ser perdoadas. Escrever nem sempre é caminhar numa avenida recta. Covas e curvas não faltam, incluindo as dificuldades próprias de quem caminha. Quando o que nos preocupa é ter filho, a discussão sobre a beleza do mesmo passa para outro modulo."<br /><br />Zicomo<br /><br />ZicomoAnonymoushttps://www.blogger.com/profile/17381566137443052730noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-26386084.post-9768420129615772352014-01-20T09:18:26.210+02:002014-01-20T09:18:26.210+02:00"(...) mas o facto de serem moçambicanos os g...<br />"(...) mas o facto de serem moçambicanos os guerrilheiros da Renamo não retira, um milímetro sequer, a verdade de que a guerrilha era apenas uma sistemática política de terra queimada, um completo programa de destruição do país, um trágico plano de maldade e de terror."<br /><br />A Sónia (posso tratá-la assim?!) está muito equivocada.<br /> <br />Faz um comentário muito acutilante que não condiz com a verdade. <br /><br />Aliás, este tipo de reflexão, que beatifica apenas um lado e incinera outro, não interessa a História.<br /> <br />Está a dizer, em outras palavras, que o surgimento da Renamo significa a eterna colonização do país, porquanto trata-se de um “embrião” estrangeiro que desencadeou “uma sistemática política de terra queimada.”<br /><br />Há aqui uma tendência muito clara de apagar o passado e de designar réus. <br /><br />Quero lembrar a Sofia duas coisas: a primeira que não existe um conflito armado que não tenha uma qualificação dos interesses dominantes, quer externos como internos (« todo o sistema é contra seu próprio organismo »). Nesta conjuntura, a Renamo tinha que existir. Não como diabo das sinagogas, mas como pêndulo de Deus que procurava e ainda procura equilibrar a balança da justiça. Não foi por acaso que o povo abraçou a sua causa e a Frelimo assumiu-se como partido democrático. Exume os factos, pois podem esclarecê-la.<br /> <br />Em segundo lugar, não conheço um processo histórico sem vítimas. Não se conquista uma causa, uma independência, nem a liberdade com rebuçados. Este é o mal dos homens, que nasce com a História, não há marreta que nos endireite. <br /><br />A própria FRELIMO representou, durante a luta de libertação nacional os interesses dominantes. Não é por isso que se deve acusá-la de diabo. <br /><br />Sempre foi assim e continuará a sê-lo : « Em história as ideologias não passam de espumas. O que está em causa é o paradigma do poder, a dicotomia entre os paradigmas do poder. Não há nem bom nem mau poder, o que há são poderes diferentes. »<br /><br />A Renamo exerceu o seu poder contra um poder instituído. Isto aconteceu em toda a parte do mundo.<br /> <br />Se realmente quiser ser justa nas análises que faz sobre a Renamo deve, antes de mais, recuar no tempo e contextualizar a situação política do país logo a seguir a independência nacional. <br /><br />Para uns, como a Sónia, dirão que a situação do país representava uma “cólica da época”, mas para outros, como eu, diremos o contrário, que tratou-se de uma negação do outro. <br /><br />O que era bom para a Frelimo, não era para a Renamo, e lembre-se « A realidade não é real. A realidade é social. O que é bom para uma cultura pode não ser bom para outra.”<br /><br />Continuo mais tarde.<br /><br />Zicomo<br /><br />Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/17381566137443052730noreply@blogger.com