tag:blogger.com,1999:blog-26386084.post3680478080456654290..comments2023-11-05T11:16:21.481+02:00Comments on Diário de um sociólogo: A síndrome do Barão de Münchhausen (o guebuzismo) (6)Carlos Serrahttp://www.blogger.com/profile/13187727359471585794noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-26386084.post-46600965197267432142007-04-13T15:27:00.000+02:002007-04-13T15:27:00.000+02:00Tenho acompanhado com um emotivo interesse as suas...Tenho acompanhado com um emotivo interesse as suas hipoteses de interpretação da história política recente do nosso país.Chegada á (6) parte decidi dar vazão a algumas ideias que gostaria de partilhar consigo Prof e restantes visitantes,sempre dentro esse espirito de criatividade de ideias que anima este seu magnifico blog.Também sem investigação consolidada,num esforço apenas de ordenamento de ideias que poderão servir para uma futura investigação.Começarei pela parte (3) samoriana (A. de Bragança) com a qual estou de acordo com aquilo que me parece serem as teses centrais: urgência da mudança,estigmatizar o passado colonial e projecto de um futuro igualitário.Há obviamente nestas teses,e aquí perdoe-me Prof pelo meu abusivo juízo,uma relação entre os meios (mudança,diabolização do colonialismo) e os fins a atingir (igualitarismo).Só que a esta relação,aparentemente justificável do ponto de vista moral e político no contexto de então,se sobrepõe/justapõe uma outra relação apenas decifrável na trama estonteante da Revolução,mas também de “meios para atingir os fins”,e que resumiria com a seguinte formula: <BR/>a) monopólio do poder pós-independência pelo movimento de libertação FRELIMO.Por isso o reconhecimento de outras forças políticas,eleições livres depois do periodo de transição,entre outros,foram temas quase afastados das negociações que conduziram aos Acordos de Lusaka.Mais grave ainda foi a cúmplicidade entre o governo português e a FRELIMO na eliminação física/massacre de uma parte da elite política nacional (Simango,Joana e outros); b) substituição das elites (pequena-burguesia nacional emergente a partir dos anos 60,concessão tardia do colonialismo português).E aquí entrariam o despotismo do arbritrário (puro pleonasmo meu),o<BR/> “matar o crocodilo no ovo,a personagem normativa do xiconhoca,as lojas dos dirigentes,a ruralização da admnistração do Estado,etc; c) e finalmente a legitimação da chamada “vocação histótrica da FRELIMO” com o propósito de eternizar o seu poder pela via da simbiose, muito em voga na África pós-colonial,entre as formas de poder tradicional em que as hierarquias (sobretudo o Chefe) se ligitimam frequentemente por via da filiação clanica,gerontocrática,etc,e as formas modernas de totalitarismo desenvolvidas pelas revoluções socialistas euro-asiáticas.A manipulação da história do nacionalismo moçambicano e da própria história da FRELIMO,a escolha selectiva dos herois da resistencia á penetração colonial,a visão de Samora sobre a sua sucessão (ver último livro de A.Santos) e o paroxismo delirante do mesmo Samora quando pede que se investigue sobre a sua suposta linhagen real (do Reino de Gaza) que Fernando Ganhão,primeiro Reitor da UEM, poderá descrever melhor.Concluíndo Prof, convido a todos a recrear o contexto do nosso país dos anos 70,prévios á Independência: guerra colonial,controlo efectivo de pouco mais de 1/3 do territótio nacional pelo movimento de libertação,o efeito inesperado da Revolução dos Cravos, uma pequena-burguesia nacional relativamente acomodada (negros e mestiços na sua maior parte integrantes da admnistração colonial...mas nem por isso menos nacionalistas),uma economia,que embora sob os efeitos da guerra,havia atingido o seu apogeu numa região dominada inteiramente por economias de mercado,e uma cultura urbana - pese a discriminação racial – relativamente enraízada.Que fazer¿ (continua ainda a preguntar Lenine no seu sarcófago...) para retirar os dividendos de 10 anos de luta? Resposta:uma Revolução. Por outras palavras, “a pureza e justeza” do projecto igualitario só existiu realmente na mente do escritor de versos Jorge Rebelo e alguns revolucionarios románticos.Os outros,a grande maioria,tinha outro desenho que de resto ficou comprovado pelos factos que se seguiram até á actualidade.Aquele abraço amigo Prof.,com promessa que voltarei sempre que encontrar tempo...Tempo,esse grande mestre das esferas do real.AOSAnonymousnoreply@blogger.com