Trigésimo quinto número da série, com o objectivo de mostrar que à retaguarda do assassinato de um taxista moçambicano existem uma história, um sistema e um processo de estereotipagem. Prossigo no oitavo número do sumário proposto aqui, a saber: 8. A produção de estereótipos sobre a colónia braçal. Escrevi no número anterior que a desqualificação não é natural, é totalmente social. O que pretendo dizer? Pretendo dizer que ela paga forte tributo à relação dono da terra rico/estrangeiro pobre à procura de emprego. Mas como aceitar semelhante assertiva se quem desqualifica e agride também é pobre, mesmo se polícia? Aqui está, afinal, uma prática que parece socialmente normal: quanto mais pobre é A, mais agressivo ele é para os pobres N. Pobre descarrega nos pobres a pressão que sofre dos ricos. Essa é sua pobre desforra, desforra que pode ser mesmo a do obscuro polícia. Permitam-me continuar mais tarde.
Adenda 2 às 7:34 de 05/03/2013: ouvidos ontem pela estação televisiva STV, camionistas moçambicanos que escalam a África do Sul queixaram-se de constantes maus tratos por parte da polícia sul-africana. Eles não gostam dos Moçambicanos - eis o resumo das intervenções.
Adenda 3 às 00:54 de 11/03/2013: este acontecimento trágico é propício não só ao sensacionalismo baixo-preço de certa imprensa, das redes sociais e dos blogues do copia/cola, como, também - estudem as televisões locais -, aos jogos políticos em geral e a certos jogos eleitoralistas em particular.
Adenda 4 às 00:51 de 22/03/2013: um trabalho no Sowetan (obrigado ao FL pelo envio da referência), com o título abaixo:


Grande olho do leopardo na história dos pobres descarregaram nos pobres.
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