Outros elos pessoais

02 janeiro 2012

Kim Jong-il, multidões, desespero e problemas de análise (4)

Quarto número desta série, dedicada ao estudo das reacções populares à morte do presidente norte-coreano e, em particular, de certas reacções na imprensa ocidental sobre a autenticidade das primeiras.
No número anterior e excluindo pôr em causa palavra tão substantiva e absorvente quanto o homem (como se o homem fosse uma substância em sim, independente de grupos, classes, culturas, nações e processos históricos), coloquei a hipótese de que somos todos produtores de três coisas: desconfiança, territorialidade e classificação.
Muros sociais, historicamente construídos e reproduzidos (jamais muros naturais), mapeiam o nosso relacionamento com outrem. Quem estiver para além dos muros familiares, de amizade e laborais, quem estiver fora dos nossos muros culturais é encarado como estranho e, eventualmente, como irredutível e perigoso, especialmente se o contacto for com estrangeiros.
Nota: confira o seguinte título disseminado por muitos portais: Cenas de desespero no funeral de Kim Jong-il. Imagem reproduzida daqui.
(continua)

5 comentários:

  1. Quem chora mais? Eu ou a vizinha do lado?...e vai...uma, duas...e GANHEI um jackpot, sai na TV e vou ja para a universidade Kim-Il-sung!...

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  2. "Muros sociais", gosto da expressão.

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  3. Há mais aquela aversão aos asiáticos e às suas culturas...

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  4. Sir Baba Sharubu2/1/12 3:10 da tarde

    Mr. Ricardo asked, "Quem chora mais?"
    That is a good question. One has to examine carefully those photos to check if the crying takes place only in the front rows or if it is widespread.
    This blog offers us a good opportunity to learn how to view, how to understand and how to analyse images.

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  5. O que nesta série me interessa sobremaneira é o conjunto de pressupostos que nos informam quando olhamos o "Outro". No próximo número farei referência a Lévi-Strauss.

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