No editorial a quatro colunas ocupando dois terços da página 2 do "domingo" de hoje, 20/03/2011, escreveu-se que a iniciativa da entrevista foi do jornal e não de Mondlane, pois este merecia ser ouvido. Tal como o Ministério das Finanças devia ser ouvido. Mas se Mondlane acedeu a ser ouvido, já esse ministério "que está envolvido no caso" (sic) tem-se esquivado ao diálogo com o jornal, esquecendo que "estamos numa sociedade de informação e que o segredo acaba por prejudicar o bom nome do Estado" - assevera o jornal. Esse ministério "ainda comunga de uma visão patrimonialista do poder incompatível com as regras de um estado de direito democrático" (sic). Os contornos éticos da conduta de Mondlane "indiciam um aproveitamento do cargo em proveito próprio" (sic). Se a aplicação da justiça já anda pelas ruas da amargura na percepção popular, não será bom o Conselho Constitucional "dançar a mesma moda" (sic). O juiz Mondlane deveria ter saído mais cedo, imediatamente. Mas, enfim, mais vale tarde do que nunca - diz o editorial. Entretanto, acontece que Mondlane não agiu sozinho, outros dirigentes estão envolvidos "ao mais alto nível" (sic). Por exemplo, no caso da casa e das luxuosas mobílias, o dinheiro saiu dos cofres do Ministério das Finanças, ministério que assinou o contrato de compra da casa e que está a pagar as prestações. No que tange à secretária-geral, afirma o "domingo", Mondlane sabia que a senhora não reunia as condições necessárias. Estamos perante um "sistema corruptógeno" (sic) no que se refere às despesas do Estado, "tais e tantas são as mordomias ao serviço de ambições desmedidas" (sic). Parte final do editorial: "Luís Mondlane agiu, ao que nos parece, dentro do sistema, dele se servindo: sistema legal na sua formalidade estatal, mas corruptógeno sob o ponto de vista democrático e de justiça social. Moral da história: é imperioso repensar o sistema de aquisição de bens para o serviço dos funcionários do Estado (...) Exige-o o Estado de Direito. Exige-o a democracia. Exige-o a justiça social. Neste contexto, Mondlane não passa de um episódio" (sic).
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
20 março 2011
Luís Mondlane no "domingo" (2)
No editorial a quatro colunas ocupando dois terços da página 2 do "domingo" de hoje, 20/03/2011, escreveu-se que a iniciativa da entrevista foi do jornal e não de Mondlane, pois este merecia ser ouvido. Tal como o Ministério das Finanças devia ser ouvido. Mas se Mondlane acedeu a ser ouvido, já esse ministério "que está envolvido no caso" (sic) tem-se esquivado ao diálogo com o jornal, esquecendo que "estamos numa sociedade de informação e que o segredo acaba por prejudicar o bom nome do Estado" - assevera o jornal. Esse ministério "ainda comunga de uma visão patrimonialista do poder incompatível com as regras de um estado de direito democrático" (sic). Os contornos éticos da conduta de Mondlane "indiciam um aproveitamento do cargo em proveito próprio" (sic). Se a aplicação da justiça já anda pelas ruas da amargura na percepção popular, não será bom o Conselho Constitucional "dançar a mesma moda" (sic). O juiz Mondlane deveria ter saído mais cedo, imediatamente. Mas, enfim, mais vale tarde do que nunca - diz o editorial. Entretanto, acontece que Mondlane não agiu sozinho, outros dirigentes estão envolvidos "ao mais alto nível" (sic). Por exemplo, no caso da casa e das luxuosas mobílias, o dinheiro saiu dos cofres do Ministério das Finanças, ministério que assinou o contrato de compra da casa e que está a pagar as prestações. No que tange à secretária-geral, afirma o "domingo", Mondlane sabia que a senhora não reunia as condições necessárias. Estamos perante um "sistema corruptógeno" (sic) no que se refere às despesas do Estado, "tais e tantas são as mordomias ao serviço de ambições desmedidas" (sic). Parte final do editorial: "Luís Mondlane agiu, ao que nos parece, dentro do sistema, dele se servindo: sistema legal na sua formalidade estatal, mas corruptógeno sob o ponto de vista democrático e de justiça social. Moral da história: é imperioso repensar o sistema de aquisição de bens para o serviço dos funcionários do Estado (...) Exige-o o Estado de Direito. Exige-o a democracia. Exige-o a justiça social. Neste contexto, Mondlane não passa de um episódio" (sic).
7 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
'Neste contexto Mondlane não passa de um episódio'- esta frase resume tudo sobre o sistema em que vivemos. Tudo. O editorial é ainda mais forte que o do 'Savana'.
ResponderEliminarVejam ja agora tambem por aqui no http://makaangola.com
ResponderEliminarSão sempre inocentes. O povo é que é culpado de os eleger como dirigentes...
ResponderEliminarTalvez nao seja propriamente o problema do povo. Mas os baixos niveis de escolaridade e falta da consciencia politica dos cidadaos.
ResponderEliminarPra mim, o facto mais importante de todo o "mondlanegate", 'e sem duvida, o despertar da Media Nacional,
ResponderEliminarEsse 'e que o ponto critico, pelo qual a Mudanca Harmoniosa de Mocambique depende fortemente,
Se por um lado, a Nossa Media tem que informar formando, ela tambem tem que estar vigilante contra o abuso do poder, proteccao do Povo, e preservacao da democracia,
Deve tambem nao gerar "inquisicao", deve saber gerir a mudanca relatando a verdade, mas nao gerar "agitacao", pois a Mudanca tem que ser Harmoniosa, e a Media Nacional joga um papel muito importante pra que a Mudanca seja Harmoniosa,
Os meus "parabens" 'a toda Media Nacional pelo "Mondlanegate" e aqui inclusos ( Noticias e Domingo ) que eu tenho sido extremenete critico em relacao a eles, mas "vale mais tarde que nunca", e sao muito Bem Vindos, pra este esforco conjunto de transformar Mocambique num Pais de Sonho, Democratico e Prospero,
'E Possivel,
Juntos, Unidos, Inclusos,
Venceremos Concerteza,
Agiten-se todos os mídias deste pais, trabalhe a fundo a tal comisão criada para investigar o caso, fale-se o que se quizer falar, apresentem-se as provas que puderem, mas tenho uma certeza; que no final de tudo isto ele é…………………………….’’INOCENTE , E NÃO HÁ PROVAS SUFICIENTES’’. Pois de contrário sera anormal dentro deste pais.
ResponderEliminarSou forcado a considerar muito valida a opiniao do Navathunini,
ResponderEliminarTanto mais que se os crditos do "mondlanegate" vao pra Media Nacional, esta ainda tem que consolidar a "postura"
Em relacao ao mondlane em si, tambem a sua "atitude" foi tardia e numa situacao de quase inexistencia de alternativa, embora Bem conseguida, pois permite alguma alguma consideracao 'a sua pessoa, essencialmente pela renuncia,
Em relacao o Governo, a "descridibelidade" 'e quase total, tanto mais que o "mondlanegate" nao acrescenta nada de valor ao que tem sido a "accao do governo",
Importante portanto sera mesmo ver a postura e performance da Media Nacional nos proximos dias, e tambem do governo,
E ai ficamos com o problema do "timming", em relacao ao "contagio" das revoltas,
Se nao tivermos "baloes de oxigenio" por parte do governo, pos 31 de Marco, quer financeiros, quer em accoes concretas demonstrativas de Inclusao e assim como alguns "exemplos semelhantes de renuncia" ou ainda uma "renuncia imposta" pelo PR a alguns "mal-amados", entao ainda continuamos com um grande risco de "contagio",
Nao sei mesmo, se quer a Media Nacional podera ter consistencia nos proximos dias, e nem se o governo estara a fim de facilitar o processo de Mudanca torna-lo Harmonioso,
E a nivel pessoal, tambem nao tenho razao alguma pra nao considerar como muita valida a opiniao do Navathunini, pois nao vi qualquer mudanca naquilo que considero injusticas 'a minha pessoa, ate ao momento que escrevo estas palavras,