Um novo ícone, uma nova magia do nosso vocabulário de neoliberalismo entusiasta: postos de trabalho. Mal surge qualquer coisa, mesmo se empresarialmente pequena, mesmo se empresarialmente obscura, logo, como uma mola, como um elástico retesado, salta a frase deste tipo: foram criados mais 300 postos de trabalho. Singular expressão esta, a dos postos de trabalho, que nada nos diz sobre quais são, realmente, as condições de vida e de reprodução social de quem é postado de trabalho.Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
04 julho 2010
Postos de trabalho
Um novo ícone, uma nova magia do nosso vocabulário de neoliberalismo entusiasta: postos de trabalho. Mal surge qualquer coisa, mesmo se empresarialmente pequena, mesmo se empresarialmente obscura, logo, como uma mola, como um elástico retesado, salta a frase deste tipo: foram criados mais 300 postos de trabalho. Singular expressão esta, a dos postos de trabalho, que nada nos diz sobre quais são, realmente, as condições de vida e de reprodução social de quem é postado de trabalho.4 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Prof. Esse é mesmo um termo vazio. Se alguém monitorasse tais postos anunciados e confrontasse com o que na prática foi criado, se chegaria a conclusão de que nada ou meia dúzia deles foram efectivamente criados. Também é preciso prestar atanção no lapso de tempo entre a propaganda e a implementação. às vezes leva longos anos.
ResponderEliminarEsses postos tem sido anunciados muitas vezes nos projectos de investmento que se tem anunciado e que a maioria quase que chega a não serem implementados. Há um gap muito grande entre o volume investimento aprovado pelo CPI e o volume que realmente se torna realidade. Anualmente o CPI vai comemorando o aumento do Investimento Estrangeiro baseado no volume das aprovação, mas há que sentar também ver o que efectivamente é implementado e que no final do dia contribui para o desenvolvimento e na transformação dos tais postos de trabalho em emprego/rendimento para os moçambicanos.
Efectivamente, conheço estudos sobre os fundos de investimento de iniciativa local que mostram oportunismo na publicidade feita aos "postos de trabalho".
ResponderEliminarCaro prof. No Brasil anuncia-se estarmos a caminho do 'pleno emprego'. Na verdade, estamos a caminho do pleno subemprego; todos - quem sabe - ganhando alguma coisa para sua sobrevida. Mais palavras curiosas: emprego, renda, trabalho, serviço, ... mas tudo se resume a ter ou não condições de sobrevivência material.
ResponderEliminarPaulo; Brasil
Mudança de nomes nao altera a realidade.
ResponderEliminarDe facto o termo é novo, para uma realidade ja gasta.
"Meter vinho novo em odres velhos, o vinho sabe ao mesmo." Disse José Hermano Saraiva.
Parabéns pela autopsia do social.
PS: Perdoe-me este atrevimento, o "Bricolando o Social" caiu no esquecimento???