Outros elos pessoais

04 julho 2010

Postos de trabalho

Um novo ícone, uma nova magia do nosso vocabulário de neoliberalismo entusiasta: postos de trabalho. Mal surge qualquer coisa, mesmo se empresarialmente pequena, mesmo se empresarialmente obscura, logo, como uma mola, como um elástico retesado, salta a frase deste tipo: foram criados mais 300 postos de trabalho. Singular expressão esta, a dos postos de trabalho, que nada nos diz sobre quais são, realmente, as condições de vida e de reprodução social de quem é postado de trabalho.

4 comentários:

  1. Prof. Esse é mesmo um termo vazio. Se alguém monitorasse tais postos anunciados e confrontasse com o que na prática foi criado, se chegaria a conclusão de que nada ou meia dúzia deles foram efectivamente criados. Também é preciso prestar atanção no lapso de tempo entre a propaganda e a implementação. às vezes leva longos anos.

    Esses postos tem sido anunciados muitas vezes nos projectos de investmento que se tem anunciado e que a maioria quase que chega a não serem implementados. Há um gap muito grande entre o volume investimento aprovado pelo CPI e o volume que realmente se torna realidade. Anualmente o CPI vai comemorando o aumento do Investimento Estrangeiro baseado no volume das aprovação, mas há que sentar também ver o que efectivamente é implementado e que no final do dia contribui para o desenvolvimento e na transformação dos tais postos de trabalho em emprego/rendimento para os moçambicanos.

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  2. Efectivamente, conheço estudos sobre os fundos de investimento de iniciativa local que mostram oportunismo na publicidade feita aos "postos de trabalho".

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  3. Caro prof. No Brasil anuncia-se estarmos a caminho do 'pleno emprego'. Na verdade, estamos a caminho do pleno subemprego; todos - quem sabe - ganhando alguma coisa para sua sobrevida. Mais palavras curiosas: emprego, renda, trabalho, serviço, ... mas tudo se resume a ter ou não condições de sobrevivência material.

    Paulo; Brasil

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  4. Mudança de nomes nao altera a realidade.

    De facto o termo é novo, para uma realidade ja gasta.

    "Meter vinho novo em odres velhos, o vinho sabe ao mesmo." Disse José Hermano Saraiva.

    Parabéns pela autopsia do social.

    PS: Perdoe-me este atrevimento, o "Bricolando o Social" caiu no esquecimento???

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