15 julho 2016

Providencialistas com sapiência chapa 100

O apelo à excepcionalidade do big man representa, quase sempre, o eclipse das instituições, a falta de confiança nelas. Representa, também, um enorme desejo de divindades. Em vários círculos é forte a convicção de que a vida do país depende exclusivamente do líder providencial, do líder capaz de realizar milagres sociais, da sua varinha mágica. É a sociedade pensada não como obra institucional, como percurso colectivo, mas como obra de um messias. É, finalmente, a recusa da democracia, a sua morte, é a troca da razão pelos sentidos, é a inteligência intimidada como diria Freud. É nesse contexto que circulam no país certas análises fast food, em jornais, rádio e televisão, a cargo de providencialistas com ar sério e sapiência chapa 100.

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