12 julho 2016

Guerra e hermenêutica das valas comuns em Moçambique [17]

Número anterior aqui. Prossigo o quinto ponto do sumário [recorde-o aqui], a saber: 5. Guerra das trincheiras simbólicas. Escrevi que a notícia sobre a gigantesca e nunca aparecida vala comum com 120 corpos em Sofala e, a seguir, as notícias em catadupa sobre os corpos a céu aberto em Sofala e Manica, deram origem a uma luta, a um conflito de interpretações, a um cerrado despique hermenêutico, a uma dura guerra de trincheiras analíticas. Chamá-las-ei guerra das trincheiras simbólicas. Por um lado, algumas agências noticiosas, alguns jornais, alguns blogues do copia/cola/mexerica e algumas páginas do facebook esforçavam-se na produção permanente de notícias de extrema intensidade necrológica. Por outro lado, o Estado, através de vários canais, esforçava-se por desmentir essas notícias, apenas tendo aceite existirem alguns corpos a céu aberto. Surgiu um verdadeiro conflito de interpretações. Importa saber o que estava verdadeiramente em jogo por trás dos enunciados e das significações literais.

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