17 julho 2016

Brexit: o regresso da alma tribal [4]


Número anterior aqui. Propus, já, que atrás das uniões e das nações formalmente consolidadas habitam, afinal, tribos irredutíveis. Se uma parte dos Ingleses votou pela desvinculação da União Europeia, de imediato habitantes da Escócia, da Irlanda do Norte e - facto inédito - da própria capital inglesa, Londres, declararam querer ser independentes do Reino Unido e permanecer na União Europeia. O problema fundamental nesta história mestiça de histórias antigas e modernas - que nunca são nem unilineares nem unívocas - tem menos a ver com um conflito geracional, com um despique pela preeminência económica ou com o desejo de pertença à União Europeia, do que com o reacender das almas tribais, com os micronacionalismos ampliando e modernizando as velhas almas do homo clausus de muitos de nós e rejeitando as uniões formais das grandes instituições pan-nacionais do tipo UE. Acresce que esse é, não poucas vezes, um dos destinos da direita xenófoba e fascista [cartune reproduzido com a devida vénia daqui]

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