02 abril 2015

Assassinato de Gilles Cistac: hipóteses sobre contexto, causalidade e consequências (17)

"O facto científico é conquistado, construído e verificado" [Gaston Bachelard]
Décimo sétimo número da série. No terceiro ponto do sumário proposto aqui, a saber: 3. Consequências, termino a série com o subponto 3.5. Risco de crítica e de penalização internacional. O assassinato de Gilles Cistac foi bem mais do que um acto circunscrito a Moçambique ou à capital Maputo. Na verdade, ele foi e é internacional. Internacional por duas razões: primeiro, porque Cistac era de origem francesa; segundo, pelo prestígio e pela verticalidade do seu trabalho académico. Nem sempre os interesses estratégicos dos países que nos ajudam ou que ajudam outros países têm a ver unicamente com a frieza dos ganhos económicos ou afins. O assassinato de um professor universitário vai para além desses ganhos, muito para além, para se situar no âmbito do assassinato do pensamento livre. A crítica e a penalização internacional (em modalidades que deveremos ter o bom senso de prever) não podem absolutamente ser ignoradas, em particular se perdurar o silêncio sobre quem matou o constitucionalista que abraçava duas pátrias (a francesa e a nossa) e cujo pensamento não tinha partido político.

Sem comentários: