01 março 2015

Por quê e para quê tantos visitantes?

"O Presidente da República, Filipe Nyusi, prometeu ontem, no seu primeiro discurso à nação, formar um Governo prático e pragmático, orientado por objectivos de redução de custos e no combate ao despesismo." Aqui.
Secas e cheias, por exemplo, dão ciclicamente origem a movimentos paroxísticos, a uma febricidade inusitada no país. Lá onde habita um posto administrativo, por exemplo, vão chegando, em vagas sucessivas, de carro ou de helicópetro, o administrador distrital, o governador provincial, o ministro ou os ministros, o primeiro-ministro, dirigentes partidários, esposas de dirigentes, finalmente o Presidente da República, ondas sucessivas de gente preocupada e aparatosa a querer saber o que se passa, a prometer ajuda, a distribuir conforto e víveres, em meio ao protocolo, à segurança, à imprensa, aos basbaques surpreendidos, etc. Há gente que passa uma boa parte da sua vida não a fazer o que institucionalmente devia fazer, mas a ir onde já foram outros e outras ou a esperar visitantes, a preparar indumentárias, a limpar vilas e estradas, a garantir alojamento para as as estruturas, gente afanosamente sempre em trânsito de uma visita a outra, de um visitante a outro, de uma seca a outra, de uma cheia a outra. Vida de cata-vento, vida de viagens, múltipla vida despesista. Por quê e para quê tantos visitantes?

1 comentário:

António Manna disse...


Muito bom, é o que temos e árece ser o nosso Karma, ou a nossa permissívidade?
Já alguém um dia disse, que temos o governo que merecemos, será?
Saudações