10 março 2015

Assassinato de Gilles Cistac: hipóteses sobre contexto, causalidade e consequências (7)

"O facto científico é conquistado, construído e verificado" [Gaston Bachelard]
Sétimo número da série. Permaneço no segundo ponto do sumário proposto aqui, a saber: 2. Possíveis modelos de imputação, mas entrando no ponto 3.3. Foi crime sem motivação política. Um terceiro modelo de imputação consiste em encarar o assassinato despojado de motivação política. Um fenómeno particular, publicamente ignorado, pode ter conduzido ao crime, ocorrido numa movimentada avenida da cidade de Maputo que tem  o nome do pai fundador da nação moçambicana, Eduardo Mondlane, ele também assassinado, em 1969, na Tanzânia.
Mas por que razão ou porque razões o homicídio necessitou de quatro executores, quatro pessoas para matar um indefeso professor que tinha acabado de tomar o pequeno-almoço? Por que matá-lo na movimentada Avenida Eduardo Mondlane? Como se explica a perícia de quem disparou a AKM, com  tiros certeiros no abdómen e no tórax da vítima?
Tal como nos dois casos anteriores, estamos neste momento perante um modelo de imputação sem qualquer tipo de prova. Mas importa realçar que não é fácil despolitizar o assassinato.

1 comentário:

Foquiço disse...

Mais uma indagação: Se o interesse fosse material, que tivessem lhe roubado, no mínimo, o seu telemóvel, o seu relógio de pulso, a sua viatura... entretanto, esta reflexão pode contribuir para invalidar a hipotése de se estar perante um crime de rua, pois, não estão lá as suas características mais comuns.