17 novembro 2014

Resultados eleitorais e teses preguiçosas (7)

Sétimo número da série. Trabalhando sempre com hipóteses, entro no terceiro ponto dos seis pontos sugeridos aqui, a saber: 3. O mundo das teses preguiçosas nos media. Para explicar a abstenção verificada nas eleições autárquicas de 30 de Junho de 1998, quinze grandes teses, geralmente de tipo monofactorial, a cargo dos mais diferentes tipos de actores, fizeram a sua aparição na imprensa, a saber: crítica às forças políticas, especialmente partidárias; punição da incapacidade governamental de melhorar a vida das pessoas; "cartão vermelho" para a Frelimo e para o seu "futuro melhor", preferindo as pessoas o "presente melhor"; obediência ao pedido de abstenção feito pela oposição; falta de competição; recusa dos "filhos" de tomar partido numa luta entre "pais"; medo de nova guerra; regresso ao campo de pessoas urbanizadas durante a guerra; deficiente campanha de educação cívica; ausência de cultura democrática e/ou eleitoral; falta de cultura política; deficiente trabalho da CNE e do STAE; influência dissuasória das Igrejas; natureza importada da democracia multipartidária baseada na conflitualidade; inadequação das eleições à tradição africana do unanimismo e da chefia tradicional (in Serra, Carlos [dir], Eleitorado incapturável, Eleições municipais de 1998 em Manica, Chimoio, Beira, Dondo, Nampula e Angoche. Maputo: Livraria Universitária, 1999, pp. 69-70)

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