18 agosto 2014

Acordo de Maputo: como desarmar cientifica e culturalmente as mentes? (4)

Quarto número da série. Aproxima-se rapidamente o que chamo Acordo de Maputo, o qual irá suceder ao Acordo de RomaApós a grande guerra de alta intensidade de 1976/1992 e a pequena guerra de baixa intensidade de 2013/2014, o novo acordo de paz requer bem mais do que ministros, juristas e militares. Já escrevi haver necessidade da presença permamente de corpos de cientistas sociais que tenham por missão (1) criar as bases para uma saúde mental efectiva através da psicotraumatologia e da sociotraumatologia dos dois conflitos e (2) criar condições para a produção de fóruns públicos de apresentação e debate dos resultados das pesquisas nos campos atrás mencionados. Mas não só, importa ainda responder a esta pergunta: como desarmar culturalmente as mentes? Ora, a nossa cultura possui o registo histórico, muito antigo, de todo um corpo cerimonial profiláctico destinado a apaziguar os espíritos, a amortecer e a desviar o impacto do ódio e da dor, a tentar a efectivação dos caminhos do diálogo. Esse cerimonial foi reactivado, aqui e acolá, após 1992. É, certamente, oportuno repô-lo.

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