29 fevereiro 2012

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Diversos
* Séries pessoais: Patrão é patrão: síndrome do aguilhão (1); Para ganhar as eleições em Inhambane (12); Modos de navegação social (11); Alteridade e subversão (4); Os dois lados dos "chapas" (9); Apóstolos das rosas de Fontenelle (6); Pasteurização social (21); Ditos (35); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (89)

Patrão é patrão: síndrome do aguilhão (nova série)

Dois jornais a norte do Zambeze

Uma sugestão

Permito-me sugerir confira mais três diários, o Diário de um fotógrafo, o Diário de um poeta e o Diário de um amante das palavras, respectivamente aquiaqui e aqui.

Série carnaval de Quelimane (14)

Último número desta série fotográfica da autoria do jornalista António Zefanias, sedeado em Quelimane, série que não despertou interesse nos internautas daquela cidade em termos de comentários. Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
Adenda: "Por tudo isso, o carnaval é a possibilidade utópica de mudar de lugar, de trocar de posição na estrutura social. De realmente inverter o mundo em direção à alegria, à abundância, à liberdade e, sobretudo, à igualdade de todos perante a sociedade. Pena que tudo isso só sirva para revelar o seu justo e exato oposto..." - DaMatta, Roberto, O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1984, p. 78.
(fim)

Para ganhar as eleições em Inhambane (11)

Prossigo a série, no segundo leque de questões proposto no número seis.
3. O empenho dos dirigentes municipais.  Inicio, agora, o terceiro e penúltimo ponto do segundo leque de questões. Se forem aceites as considerações que anteriormente fiz sobre o conhecimento popular da gestão municipal, creio ser imperioso colocarmo-nos o problema do empenho dos dirigentes municipais. O que deve entender-se por isso?
Prossigo mais tarde. Foto reproduzida com a devida vénia daqui.
(continua)

Elites

Tenho para mim que seria desejável fazer uma pesquisa sobre como as elites do país - estatais (aqui compreendidas as militares e as policiais), financeiras e universitárias - produzem o discurso da sua predestinação e da sua indispensabilidade.

Ditos (34)

Trigésimo quarto dito.
As tetas são ricas, estão prenhes de riqueza, é carvão, é gás, é árvore, é o que se decide sem pausa, o leite vai jorrando, cada vez mais profusamente, sem medida, no rigor da oferta e do cifrão, o ruído sonante do presente deixando na penumbra impiedosa a angústia tremida do futuro.
(continua)

Um texto

O facebook dos cientistas

Chama-se ResearchGate e anuncia possuir um milhão e quatrocentos mil inscritos. Saiba dela aqui e aqui e inscreva-se aqui. No que me toca, já lá estou, aqui.

28 fevereiro 2012

Mas que porcalhão!

Passa a senhora de trela com seus dois cãezinhos burgueses, pequenos como belindres, cheios de atavios colocados pelos humanos donos e de imperiais vontades. Aqui e acolá, vão cheirando, aqui urinam, acolá defecam, enquanto a senhora olha enfadada o passar ruidoso do mundo. Se alguém, do deplorável mundo povo, urinasse de repente na acácia perto da enfadada senhora, esta - vaticina claramente o seu ar - diria algo rude e definitivo como: Mas que porcalhão! Enfim, as reacções podem ser diferentes quando se cai na toca do coelho de Lewis Carroll.

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Diversos; Série carnaval de Quelimane (14)
* Séries pessoais: Para ganhar as eleições em Inhambane (11); Modos de navegação social (11); Alteridade e subversão (4); Os dois lados dos "chapas" (9); Apóstolos das rosas de Fontenelle (6); Pasteurização social (21); Ditos (34); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (89)

638ª foto (O pescador e a gaivota)

"Diário de um fotógrafo", aqui

Para ganhar as eleições em Inhambane (10)

Prossigo a série, no segundo leque de questões proposto no número seis.
2. O conhecimento popular sobre a gestão municipal.  As pessoas podem não saber, tecnicamente falando, muitas coisas que nós outros sabemos, tal como nós outros não sabemos, tecnicamente também falando, muitas coisas que elas sabem. O nosso conhecimento não pode ter a veleidade de ser superior ao dos outros e muito menos de transformar o conhecimento dos outros em desconhecimento. Em 1998, por exemplo, no decorrer de uma pesquisa que dirigi sobre as primeiras eleições autárquicas do país*, um dos membros da minha equipa de Sofala observou o seguinte: "Contra toda a expectativa difundida pelos políticos, de dizer que o povo é de Cabeça de Galinha, isto é, tem memória curta, o povo na realidade não é isto. O povo pensa correctamente. Tem é impotência. Tem é medo de represálias. É um povo que vive legados culturais de seus ancestrais. Apesar do ambiente turvo que se caracteriza pela grave degradação moral na juventude e crianças, alguma coisa ainda persiste: esperança, bom senso e ponderação misturada com certo pragmatismo para, apenas, atender os condicionamentos da época em que vive." E um dos membros da equipa de Nampula: "Com ou sem educação cívica, as pessoas sabem o que se está a passar."
* Serra, Carlos (dir), Eleitorado incapturável, Eleições municipais em Manica, Chimoio, Beira, Dondo, Nampula e Angoche. Maputo: Livraria Universitária,1999, p. 195, 354 pp. Prossigo mais tarde. Foto reproduzida com a devida vénia daqui.
(continua)

Pesquisa sobre ritos de iniciação

"A WLSA Moçambique está a desenvolver uma pesquisa sobre os ritos de iniciação (2011-2013), buscando compreender as funções e papel dos ritos na formatação das identidades sociais e nestas, as identidades de género." Aqui. 

Ditos (33)

Trigésimo terceiro dito.
A pobreza não é nem um acidente nem um lapso no percurso capitalista, ela é parte integrante desse percurso. Sem pobreza não há capitalismo, a pobreza multilateral é o combustível do capitalismo. Os incautos e os crédulos  - mas também os oportunistas de todos os azimutes disfarçados de defensores do "bolo para todos" - gostam, porém, de tecer glosas à cidadania neutralmente considerada. 
(continua)

Série carnaval de Quelimane (13)

Penúltimo número desta série fotográfica da autoria do jornalista António Zefanias, sedeado em Quelimane. Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
Adenda: "Sabemos que o carnaval é definido como “liberdade” e como possibilidade de viver uma ausência fantasiosa e utópica de miséria, trabalho, obrigações, pecado e deveres. Numa palavra, trata-se de um momento onde se pode deixar de viver a vida como fardo e castigo. É, no fundo, a oportunidade de fazer tudo ao contrário: viver e ter uma experiência do mundo como excesso — mas agora como excesso de prazer, de riqueza (ou de “luxo”, como se fala no Rio de Janeiro), de alegria e de riso; de prazer sensual que fica — finalmente — ao alcance de todos." - DaMatta, Roberto, O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1984, p. 73.
(continua)

John Issa

A Rua John Issa, onde se localiza a sede da Polícia de Investigação Criminal, cidade de Maputo, está um caos, toda esburacada.

Lixo

Acumula-se o lixo na cidade de Maputo, contentores apinhados lá onde os há, muitos locais com lixo espalhado no chão pelos catadores.
Adenda às 8:05: lixo já recolhido em muitos pontos, designadamente na parte alta da cidade.

27 fevereiro 2012

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Diversos; Série carnaval de Quelimane (13)
* Séries pessoais: Para ganhar as eleições em Inhambane (10); Modos de navegação social (11); Alteridade e subversão (4); Os dois lados dos "chapas" (9); Apóstolos das rosas de Fontenelle (6); Pasteurização social (21); Ditos (33); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (89)

Sobre o crime de violação sexual colectiva em Pemba

Ponto de situação anteontem feito pela WLSA sobre o crime de violação sexual colectiva ocorrido no fim do ano passado em Pemba. Aqui.

Mais três

Permito-me sugerir confira mais três diários, o Diário de um fotógrafo, o Diário de um poeta e o Diário de um amante das palavras, respectivamente aquiaqui e aqui.

Para ganhar as eleições em Inhambane (9)

Prossigo a série, no segundo leque de questões proposto no número seis.
2. O conhecimento popular sobre a gestão municipal.  As pessoas sabem coisas. E, possivelmente, até sabem mais coisas do que aquelas que os políticos sabem. O grande problema, afinal, é ignorarmos que, regra geral, as pessoas possuem sistemas de comunicação que projectam rápida e condensadamente pelas comunidades uma porção importante de acontecimentos, ao mesmo tempo informação em si e análise. Sistemas de comunicação que, concentrados nos dumba nengues, nas barracas, nos vendedores de rua e nos bairros populares, estão hoje grandemente ampliados pelo celular.
Prossigo mais tarde este ponto. Foto reproduzida com a devida vénia daqui.
(continua)

Série carnaval de Quelimane (12)

Série fotográfica da autoria do jornalista António Zefanias, sedeado em Quelimane. Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
Adenda: "Dormimos no asfalto, em plena rua: local perigoso e maldito, com seu cotidiano cruel e movimentado, mas estranhamente pacífico e seguro no carnaval. Podemos até mesmo fazer amor com proteção oficial e policial, pois Governo e polícia, que durante todo o ano nos cobrem de impostos e compostura, agora nos defendem e compreendem com simpatia o nosso desejo e a nossa humanidade carnavalesca, ou melhor, protegida pelo carnaval. No carnaval nós cantamos e nos harmonizamos, movimentando nossos corpos em ritmos acasalados, em vez de reclamar, discursar ou escrever." - DaMatta, Roberto, O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1984, p. 76.
(continua)

O capitalismo em crise e os meios de superá-la

Com o título em epígrafe, um texto de Francisco Louçã, aqui.

Qual o jogo do Supremo Líder do Irão?

Com o título em epígrafe, um trabalho de Pepe Escobar em inglês aqui e em espanhol aqui.

26 fevereiro 2012

Sinta

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Diversos; Série carnaval de Quelimane (12)
* Séries pessoais: Para ganhar as eleições em Inhambane (9); Modos de navegação social (11); Alteridade e subversão (4); Os dois lados dos "chapas" (9); Apóstolos das rosas de Fontenelle (6); Pasteurização social (21); Ditos (33); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (89)

Situação no Senegal

As mais recentes notícias a conferir aqui e aqui, recorde neste diário aqui, aqui e aqui.
Adenda às 16:59: um texto em português de Demba Moussa Dembélé, aqui:

Para ganhar as eleições em Inhambane (8)

Prossigo a série, no segundo leque de questões proposto no número seis.
1. A teoria da ignorância popular. Prossigo este ponto, o ponto da suposta ignorância de outrem que dá prazer político a certos indivíduos. Em 1998, dirigi uma extensa pesquisa sobre as primeiras eleições autárquicas no país, com base em seis autarquias: Manica, Chimoio, Beira, Dondo, Nampula e AngocheNessa pesquisa, um inquérito aleatório mostrou que muita gente sabia, por exemplo, que os municípios tinham dois órgãos (presidência e assembleia); que os municípios tinham receitas próprias; que o governador não nomeava os presidentes dos municípios; que o governador não nomeava os vereadores, ainda que a maior parte dos nossos inquiridos não tivesse participado em seminários de educação cívica e estudado as leis municipais.
Prossigo mais tarde este ponto. Foto reproduzida com a devida vénia daqui.
____________________
* Serra, Carlos (dir), Eleitorado incapturável, Eleições municipais em Manica, Chimoio, Beira, Dondo, Nampula e Angoche. Maputo: Livraria Universitária,1999, p. 194, 354 pp.
(continua)

Série carnaval de Quelimane (11)

Série fotográfica da autoria do jornalista António Zefanias, sedeado em Quelimane. Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
Adenda: "Penso que o carnaval é basicamente uma inversão do mundo. Uma catástrofe. Só que é uma reviravolta positiva, esperada, planificada e, por tudo isso, vista como desejada e necessária em nosso mundo social. Nele, conforme sabemos, trocamos a noite pelo dia; ou, o que é ainda mais inverossímil: fazemos uma noite em pleno dia, substituindo os movimentos da rotina diária pela dança e pelas harmonias dos movimentos coletivos que desfilam num conjunto ritmado, como uma coletividade indestrutível e corporificada na música e no canto. No carnaval, trocamos o trabalho que castiga o corpo (o velho tripalium ou canga romana que subjugava escravos) pelo uso do corpo como instrumento de beleza e de prazer. No trabalho, estragamos, submetemos e gastamos o corpo. No carnaval, isso também ocorre, mas de modo inverso. Aqui, o corpo é gasto pelo prazer. Daí por que falamos que “nos esbaldamos” ou “liquidamos” no carnaval. Aqui, usamos o corpo para nos dar o máximo de prazer e alegria - DaMatta, Roberto, O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1984, p. 74.
(continua)

"À hora do fecho"/"Savana"/24-02-2012

Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "À hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Deliciem-se com "A hora do fecho" desta semana, da qual ofereço, desde já, um aperitivo:
* Semana passada, em conversa com jovens agregados da OJM da província de Maputo, Manuel Tomé retorquiu que a "crítica e autocrítica são princípios que constam dos estatutos da Frelimo que devemos aplicar sempre"...

Lançamento dia 29

Lançamento dia 29, Universidade Politécnica, cidade de Maputo, a partir das 17 horas, numa promoção do Observatório do Meio Rural em parceria com o Centro Terra Viva.

25 fevereiro 2012

Rés-do-chão

Aberta a porta do carro do lado do condutor, alarme desligado, entra lenta a senhora avantajada, entram rápidas cinco crianças pelas restantes portas, vidros automáticos corridos, a criança que vai ao lado da condutora comendo um sorvete estende uma moeda ao homem que, do lado de fora, zeloso e expectante, terá dito que guardara o carro. E assim, tudo achado natural nesta cidade de Maputo abraçada ao Índico, com uma pequena moeda aprendem as crianças sobre quem deve morar no rés-do-chão.

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Diversos; Série carnaval de Quelimane (11); "À hora do fecho" no "Savana" (Edição de 24/02/2012)
* Séries pessoais: Para ganhar as eleições em Inhambane (8); Modos de navegação social (11); Alteridade e subversão (4); Os dois lados dos "chapas" (9); Apóstolos das rosas de Fontenelle (6); Pasteurização social (21); Ditos (33); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (89)

Angola: novos textos de Moco e Marques

Novos textos de Marcolino Moco e Rafael Marques respectivamente aqui e aqui. Arranjo fotográfico meu.

Negócios em Moçambique

Aqui. Amplie a imagem clicando sobre ela com o lado esquerdo do rato.

Desenvolvimento desigual de Moçambique

Fonte aqui. Amplie a imagem clicando sobre ela com o lado esquerdo do rato. Entretanto, estude os resultados, logo abaixo, de um pequeno trabalho feito em 2006 por estudantes meus sobre a distribuição de telefones no país, recordando aqui:

Para ganhar as eleições em Inhambane (7)

Prossigo a série, começando o segundo leque de questões proposto no último número.
1. A teoria da ignorância popular. Há quem se sinta bem em defender que outrem (o povo em geral, digamos) não sabe o que devia saber, o que absolutamente devia saber. A teoria da ignorância popular é apanágio de não poucos políticos, seu alimento predilecto, permanente. O político demiurgo surge em cena e diz: eu sei o que vocês precisam, confiem em mim, façam fé em mim, só em mim. A sua equipa técnica tem uma missão: difundir o saber técnico, a educação cívica, a ilustração comportamental, o esoterismo burocrático. A única forma de o povo abandonar as trevas em que vive consiste em confiar sem reservas no portador da luz - eis o que difunde o político hábil. Prossigo mais tarde este ponto. Foto reproduzida com a devida vénia daqui.
(continua)

Série carnaval de Quelimane (10)

Série fotográfica da autoria do jornalista António Zefanias, sedeado em Quelimane. Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
Adenda: "Mas como definir o carnaval? Não seria exagero dizer, é uma ocasião em que a vida diária deixa de ser operativa e, por causa disso, um momento extraordinário é inventado. Ou seja: como toda festa, o carnaval cria uma situação em que certas coisas são possíveis e outras devem ser evitadas. Não posso realizar um carnaval com tristeza, do mesmo modo que não posso ter um funeral com alegria. Certas ocasiões sociais requerem determinados sentimentos para que possam ocorrer como tais. Tragédias são definidas como eventos tristes e tudo que nelas ocorre de cômico deve ser inibido ou simplesmente ignorado. Carnavais e comédias, ao contrário, são episódios em que o triste e o trágico é que devem ser banidos do evento, como as roupas do rei que estava nu e não podia ser visto como tal..." - DaMatta, Roberto, O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1984, pp. 71-72.
(continua)

Mas que coisa milagrosa!

"Basta observar que nós, brasileiros, somos um povo marcado e dividido pelas ordens tradicionais: o nome de família, o título de doutor, a cor da pele, o bairro onde moramos, o nome do padrinho, as relações pessoais, o ser amigo do Rei, Chefe Político ou Presidente. Tudo isso nos classifica socialmente de modo irremediável. Jamais utilizamos o concurso público e a competição como algo normal entre nós, daí o trabalho que é fazer uma eleição honesta e disputada. Ela implica, inclusive, algo que evitamos: dar opiniões e disputar vontades, revelando abertamente as nossas mais legítimas (e ocultas) diferenciações sociais. Mas que coisa milagrosa!" - DaMatta, Roberto, O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1984, pp. 77-78.
Comentário: interrogo-me sobre a oportunidade de sabermos se nós, Moçambicanos, também somos marcados pelas "ordens tradicionais" de DaMatta.

Lançamento dia 6 de Março

Lançamento dia 6 de Março, 16:30, Hotel Girassol, cidade de Maputo, distribuição gratuita, número limitado de exemplares.

A conferir

África/Moçambique segundo AI

África em geral aquisobre Moçambique aqui.

24 fevereiro 2012

Desenvolvimento desigual de Moçambique

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Diversos; Série carnaval de Quelimane (10); Faísca
* Séries pessoais: Para ganhar as eleições em Inhambane (7); Modos de navegação social (11); Alteridade e subversão (4); Os dois lados dos "chapas" (9); Apóstolos das rosas de Fontenelle (6); Pasteurização social (21); Ditos (33); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (89)

Moçambique e TPI

Segundo a Rádio França Internacional em despacho de Carlos Jossia a partir de Maputo: "Moçambique não deverá aderir ao TPI, Tribunal penal internacional já que a constituição entra em linha de colisão com vários princípios incluindo extradição de cidadãos nacionais, prisão perpétua e pena de morte." Aqui.

Manuel Tomé

"Existem pessoas que não conseguem aceitar (as críticas) sem ficarem com os ânimos exaltados”, acrescentou, para de seguida explicar que é preciso saber ouvir, como virtude, e ficar sempre inconformado com o que não está correcto para poder avançar com vitalidade para crescer." Aqui. Foto adaptada daqui.

Série carnaval de Quelimane (9)

Série fotográfica da autoria do jornalista António Zefanias, sedeado em Quelimane. Se quiser ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.
Adenda: "Há muitas interpretações, inclusive psicanalíticas, para essa fuga do homem moderno que busca dissolver sua identidade cotidiana no ritual carnavalesco. Penso que a interpretação antropológica deve considerar os movimentos de alternância complementar, entre momentos ritualizados e vida cotidiana, entre o ritmo frenético e estressante da vida moderna, e o ritmo das festas." Aqui.
(continua)

Para ganhar as eleições em Inhambane (6)

Prossigo a série.
Num segundo leque de questões, vou considerar quatro aspectos:
1. A teoria da ignorância popular
2. O conhecimento popular sobre a gestão municipal
3. O empenho dos dirigentes municipais
4. O papel das autoridades comunitárias
Prossigo mais tarde. Foto reproduzida com a devida vénia daqui.
(continua)

Lançamento dia 29

Lançamento dia 29, 17 horas, Anfiteatro 1502, Faculdade de Letras e Ciências Sociais, Universidade Eduardo Mondlane, Complexo Pedagógico, campus, cidade de Maputo.

Modos de navegação social (10)

Décimo número da série.
Retomo a anfibológica figura do militante das tradições, do tradicionalista. O ideal desta singular figura urbana é o tempo imobilizado, é a aldeia alimentando-se do passado, são as regras imutáveis, é o consumo inalterável da língua local, é o culto dos mortos e dos espíritos, é o contacto com o mundo exterior reduzido à fantástica viatura que surge uma vez por ano na estrada silenciosa da zona sabe-se lá vinda de onde, é, enfim, todo esse permanente alimento de respeitáveis teses académicas sobre o fulgor das tradições. Porém, o obstinado defensor público das tradições é um guloso consumidor de coisas em movimento, das mais refinadas e onerosas modernidades.
Com a vossa permissão, prossigo mais tarde.
                                                              (continua)

Um texto

Segundo "Diário da Zambézia"

Comentário: se esse cenário for real, replica o que ocorre no município da Beira. A partir deste fenómeno, talvez se possa enunciar uma "lei" do seguinte tipo: dois inimigos podem tornar-se aliados estratégicos na luta política contra um terceiro que aparece a disputar os recursos de poder disponíveis ou a disponibilizar.

Despesa pública 2011: distrito de Homoíne

O Centro de Integridade Pública divulga no seu portal o segundo relatório distrital de rastreio da despesa pública de 2011, concernente ao distrito de Homoíne. Aqui. Sobre o primeiro, recorde aqui.

23 fevereiro 2012

Segundo "Diário da Zambézia"

O tronco

A avenida tem grande movimento, mas um enorme tronco de árvore, caído nesta tarde ventosa da cidade de Maputo, barra a passagem das viaturas. Ninguém está disposto a tirar o tronco, automobilistas, basbaques, vendedores de rua. Dois homens já idosos saem do passeio, põem-se à frente dos carros de condutores apressados e indiferentes e, calmamente, retiram o tronco.

Postagens na forja

Eis alguns dos temas que, progressivamente, deverão entrar neste diário a partir da meia-noite local:
* Genéricos: Diversos; Série carnaval de Quelimane (9)
* Séries pessoais: Para ganhar as eleições em Inhambane (6); Modos de navegação social (10); Alteridade e subversão (4); Os dois lados dos "chapas" (9); Apóstolos das rosas de Fontenelle (6); Pasteurização social (21); Ditos (33); O que é Moçambique, quem são os Moçambicanos? (89)

Simango e os buracos de Maputo

Segundo o "Notícias" digital de hoje, o presidente do município de Maputo, David Simango, afirmou que as chuvas que têm caído impedem que se tapem buracos nas estradas da cidade de Maputo. Aqui.
Comentário: a buracagem existente na cidade de Maputo poderia e pode ser evitada se (1) funcionassem equipas municipais de intervenção pontual "préchuva" e "intrachuva", digamos que cirúrgica, evitando que os pequenos buracos se tornem grandes e multiplicadores e (2) se funcionasse uma rigorosa avaliação da qualidade da asfaltagem. Finalmente, segue abaixo o ponto de situação do questionário sobre o desempenho do município de Maputo, conferível e participável aqui:
Para ampliar a imagem, clique sobre ela com o lado esquerdo do rato.

Medo nas periferias de Maputo e Matola

Em primeiro plano hoje na edição digital do "Notícias": "Residentes dos bairros periféricos das cidades de Maputo e Matola entram em pânico sempre que a claridade do dia desaparece, anunciando o começo da noite. Nessa hora, assaltantes, quase sempre munidos de armas de fogo, tomam o controlo das ruas e escolhem as vítimas, nas quais arrancam bens, ferem e, vezes sem conta, tiram-lhes a vida, sem que a Polícia consiga deter-lhes. Enquanto no centro das duas urbes a criminalidade parece controlada, nas zonas suburbanas, tais como Mahotas, Albasine, Magoanine, Khongolote, Nkobe, entre outras, a cada dia um grupo de moradores junta-se e lamenta uma violação sexual, um assalto à mão armada ou mesmo morte de um vizinho num dado ponto próximo." Aqui.
Comentário: é em cenários como o descrito acima que os linchamentos periurbanos ocorrem, tal como nos últimos anos tenho mostrado. Entre as centenas de postagens alusivas neste diário, recorde a mais recente, para casos em Chimoio e Nampula, aqui.

Três

Permito-me sugerir confira mais três diários, o Diário de um fotógrafo, o Diário de um poeta e o Diário de um amante das palavras, respectivamente aquiaqui e aqui.

Para ganhar as eleições em Inhambane (5)

Prosseguindo a série.
Procurei apresentar-vos alguns pontos que considero essenciais para uma reflexão política sobre a cidade de Inhambane onde, a 18 de Abril, se elege o novo edil.
Mas precisamos considerar uma segundo leque de questões.
Prossigo mais tarde. Foto reproduzida com a devida vénia daqui.
(continua)