27 janeiro 2012

O retorno das caravelas e o Ministério do Trabalho

Do editorial do semanário "Savana" com data de hoje: "As novas elites moçambicanas, que sentem à distância o tratamento “kung-fu” dispensado por algumas empresas chinesas aos trabalhadores locais, reagem com notório nervosismo e muitas vezes com justificada indignação ao que pejorativamente apelidam de “novo colonialismo”. Ao entusiasmo da imprensa portuguesa perante oportunidades de negócio e o renascer de Gilberto Freyre e do lusotropicalismo corresponde uma não contida preocupação dos sectores moçambicanos que se sentem ameaçados nos seus empregos e promoções, complementado pelo ruidoso silêncio dos sectores oficiais em não abordarem os aspectos sociais - que acabam também por ser políticos - do retorno das caravelas lusas." Aqui.

6 comentários:

Anónimo disse...

Interessante a análise do editorial do savana no que tange a tendencia de defesa aos lUSOS. Mas penso que para quem conhece o Moçambique real, deveria pelo menos dessa elogiar a ministra pela decisão. Penso que há linguagens que apesar de culturalmente correctas na Tuga, essas já não se adequam as diversas culturas de Moçambique. Expressões várias que alguns dos nossos amigos Tugas usam para falar com os seus subordenados, devem mudar, deixar para as férias na Madeira. Penso isso pode reduzir a algum sentimento Xenófobo num futuro próxmo. Estou a tentar dar o meu ponto de vista Professor. Sei que posso estar a ser visto como tendecioso. Um abraço. Sergio

Sir Baba Sharubu disse...

Congratulations to all readers of the thoughtful weekly editorials of "Savana".
The readers of "Noticias" are not as lucky. That national daily seldom publishes editorials. Why is that ?

Salvador Langa disse...

Muito complicado problema este.

Anónimo disse...

José Pinto Ribeiro, foi meu director coordenador no Banco Espírito Santo em Portugal.

Trata-se de uma criatura que tratava os funcionários do BES muito, mas mesmo muito, mal.

Por isso, chegou a ser retirado da rede comercial pela administração, mas pelos vistos não aprendeu a lição - Deus queira que a venha a aprender um dia de forma definitiva que é o que eu mais lhe desejo dado o nº de pessoas que prejudicou.

Parabéns à Sra Ministra do Trabalho de Moçambique com quem os politicos portugueses haviam de aprender, esta Senhora é na verdade um garante da democracia.

Parabéns a todo o povo de Moçambique por tratar criaturas desta natureza como merecem.

João Feijó disse...

Sérgio, não acho que esteja a ser tendencioso: “Expressões várias que alguns dos nossos amigos Tugas usam para falar com os seus subordinados, devem mudar” e de facto um pouco mais de moderação nesse domínio “pode reduzir algum sentimento xenófobo num futuro próximo”. Concordo consigo.

Mas talvez o problema não esteja só nestas diferenças culturais, que de certa forma até são relativas: da mesma forma que há “diversas culturas de Moçambique”, também há diversas culturas na “Tuga” (ou Tugas?). Nem todos são da “Madeira”, que se calhar nem é das regiões mais bujardeiras, até pelo contrário. Por outro lado, nem todos os sectores são como o da construção civil (onde curiosamente entre operários moçambicanos também se lançam bujardas). A linguagem tem tendência a mudar quando vamos para sectores como a banca, a educação ou as consultorias (ainda que também lá estejam uma ou outra bujarda). Quero com isto dizer que o problema pode não estar na nacionalidade do expatriado, mas no sector onde este exerce actividade (há de certa forma culturas profissionais, ainda que fragmentadas): se ouço histórias de “práticas Kung Fu” nas obras chinesas (onde grande parte dos expatriados são de origem rural), nunca ouvi tal coisa por exemplo numa grande empresa chinesa do sector das telecomunicações com filial em Maputo. Os chineses também não são todos iguais. As realidades culturais são muito complexas e muitas vezes contraditórias e é isso que as torna tão interessantes.

Parece-me que o problema está também na competição pelo acesso a empregos escassos, sobretudo quando se tratam dos cargos do topo da pirâmide organizacional, que são precisamente os melhor remunerados e simbolicamente mais reconhecidos e, por isso, mais apetecíveis e invejados. Acho que está aí um ponto importante da questão, que origina “algum sentimento xenófobo”.

Um abraço,
João

ricardo disse...

Um falso debate sobre um assunto de tutela bitolada para crucificar cidadaos lusos, com base num acto supostamente infame cometido por um dos seus pares. Na Justica, a probabilidade (ou o anonimato) nunca pode ser o suficiente para se determinar a culpabilidade.

Mas agora censura no blogue, por delito de opiniao, quem diria...