03 setembro 2011

Xixismo

Sofredora anda a bela cidade de Maputo com o xixismo, prática persistente que consiste em apontar as humanas, masculinas e aflitas mangueiras para as acácias. Recorde esta postagem minha de 2008, aqui.

11 comentários:

Anónimo disse...

> Estatisticamente falando, diria que também no "xixismo" temos dado passos seguros para a igualdade do género.

> Um ajeitar da capaluna e, quando a cuequinha existe, também desta, com flexão de joelhos ou de pé, dependendo destreza da executante ... que alívio!!

> Passei um dia destes na Julius Nyerere, traseiras da Universidade São Tomás, ao fim da tarde. Incrível como as Mafurreiras que ainda ali existem resistem ás torrentes de urina; não se pode transitar pelo passeio, alagado e fedorento.

> A verdade é que não fomos feitos para reter líquidos por tempo indeterminado, logo ... com mais ou menos pudor, enquanto as autoridades competentes não encontram solução, as árvores parecem ser a alternativa mais consensual.

Salvador Langa disse...

Acácias já morreram, outras seguirão o memso caminho.

Xiluva/SARA disse...

Eheheheheheh!!! Precisamos educar as pessoas mas precisamos mais de construir urinois publicos!!!!

Muna disse...

No tempo de Machel, dirão alguns que este MUNA "anda metido" em saudosista da 'ditadura samoriana', havia:

1. Sensibilização a custo zero na comunidade, nos bairros, nas escola e em toda a parte. Hoje quando se fala de sensibilização convida-se os prevaricadores a lutar contra os seus próprios vícios, contra os vícios que eles produzem, criam, enfim...

Ainda pertenço a esse tempo em que os currículos escolares ensinavam a não urinar nas ruas, nas árvores.

2. Sanitários públicos. Poucos, mas havia. Havia disciplina e a "savana" obedecia o rugir do "leão" Samora. Hoje o que vemos é um piloto automático a comandar à "savana".

Pior: "árvores ficam grávidas" e ninguém sabe que é o pai ou mesmo a mãe... Na natureza tudo é possível. A nossa capital já não é a famosa cidade das acácias por culpa do 'xiximo'. É o preço da democracia.

Não sou democrata e nunca fui. Com o advento da democracia os valores da sociedade Moçambicana desapareceram.

Diria o poeta "não há maneira, ninguém pode desertar da sua condição. Coisas construídas secularmente não podem desaparecer por decreto".

Zicomo, bom dia

Anónimo disse...

Sempre a mesma desculpa..."precisamos construir urinois publicos"... Eu nao entro em urinois publicos e nao urino na rua. Ë contra os meus principios. Por isso eu me organizo para que isso nao aconteça... Só isso!

João Feijó disse...

O muro em frente às barracas do museu, a 200 metros da ponta vermelha e em plena zona nobre constitui talvez o maior urinol público da cidade, tanto em extensão quanto em quantidade de urina vertida. Xixi de uma elite instruída e bem relacionada que, apreciadora de animadas cervejas, não tem alternativa para aliviar a bexiga.

Anónimo disse...

Muna, Muna ou Viriato Dias, falas muito dos tempos de Samora, mas quando Samora morreu eras um canuco de 6 anitos. Custa muito ouvir tanta asneira junta!

E como é que se urina ou defeca lá no mercado de Tete? Ou este povo nunca aprendeu sobre a higiene pública?

AAS

Muna disse...

Eu nunca escondi a minha identidade, fosse para quem fosse, mesmo quando certas pessoas me quiseram destruir. Feito Fénix, resisti sempre! Esta é uma história que um dia hei-de trazer à tona à este diário, de pessoas bem identificadas, que me quiseram destruir. É uma coisa séria e não o digo para sensibilizar ou comover a ninguém.

Alguns leitores devem estar lembrados do juramento que fiz, neste diário, há mais de ano, que não responderia mais a certos anónimos, em particular ao anónimo ASS. Sem me conhecer de lado nenhum, mas farejando inverdades – e porque assim agem os detractores – faz publicar mentiras como se tivesse descoberto 100 poços de petróleo no se quintal.

Pelo respeito ao professor e demais bloguistas entendo que devo-me calar, por enquanto. O silêncio, para ele e meia dúzia deles, mantém-se!!!

Dizia-me outro dia o poeta Moçambicano no anonimato, “a sociedade é como a selva. Tem de tudo: cágado, elefante, leão, camaleão, gafanhoto, passarinhos, abelhas, cobras, etc. Os bois eram selvagens, tornaram-se domésticos. Mas o mesmo esforço em relação a hiena e cobra resulta sempre infrutífero. Agora, aguardemos para ver qual é o animal que fica domesticável”.

E eu pergunto, quantos racionais vivendo como racionais, não são irracionais? Basta ver a loucura do mundo, a sofreguidão dos homens pelo poder, para fazer mal, para matar, para difamar, para caluniar, para provocar, para tudo! Entendo que, por um lado a culpa não esteja apenas em quem urina, mas também em que deve criar condições para que não se urine nas ruas.

E eu pergunto novamente, onde andam os mandatários do povo nos vários órgãos representativos? Será que eles não conseguem enxergar este mal?

Por outro lado, penso que os anos não outorgam a ninguém o conhecimento pleno do passado. Com a morte de Machel boa parte do tecido social (valores tradicionais e culturais de Moçambique) entrou em decadência.

Para isso os governos ditatoriais são dignos de apreço, preservam a TRADICÃO, etc. Basta ver o antes e o depois desta pérola do Índico, a conclusão dispensa compêndios, ciência ou olhos clínicos de estudiosos.

Cresci num ambiente samoriano. Os meus MELHORES amigos (porque os que ficaram não cabem no palmo de uma só mão) tiveram uma instrução social digamos diferente da actual, mais virada para o modelo samoriano. São os bons samaritanos, diria. Não vou cometer a deselegância de citar nomes. Mas quem realmente me conhece sabe que o que digo é verdadeiro.

Que me indique, os que discordam de mim, se com Samora esta sociedade que parece transveste, seria possível em Moçambique?

Zicomo

PS: Tanto sou conhecido pelo nome de Viriato Dias como de Muna.

Anónimo disse...

Caro Viriato,
Sobre Samora, sugiro a leitura da lúcida análise, abaixo:
____
>SEXTA, 02 SETEMBRO 2011 06:47
Canal de Opinião
por Edwin Hounnou

A outra face de Samora Machel

Maputo (Canalmoz) - Quando muitos falam de Samora Machel como se fosse um ser sobrenatural, pode parecer um sacrilégio mostrar a outra face menos boa do primeiro presidente de Moçambique. Não pretendo desvirtuar o seu contributo para a derrocada do colonialismo português, mas a História não deve ser escamoteada. Não se deve ensinar mentiras às novas gerações, do mesmo modo que haviam escamoteado as circunstâncias em que morreu Eduardo Mondlane, o primeiro presidente da FRELIMO (1963-1969) dizendo que ele morreu no escritório da Frelimo quando afinal morreu numa residencial da secretária da sua esposa, a americana Betty King. Mentiram para iludir o Povo!
É preciso lembrar que as liberdades haviam sido limitadas pelo regime imposto pelos libertadores da dita “Pátria Amada”. Machel instalou, no País, um regime de terror, guias-de-marcha que impediam cidadãos de se movimentarem livremente, aldeias comunais e machambas colectivas.
A lei de pena de morte e a de chicotada foram instituídas.
O SNASP – a secreta do regime de Machel – tinha poderes para prender, torturar, desterrar, julgar e matar, bastando conotar a sua vítima como “inimigo do povo e da revolução”.
Os métodos do SNASP eram iguais aos do NKVD/KGB, secreta do ditador soviético, Joseph Stálin.
Machel matou seus adversários políticos que discordavam da metodologia e não do conteúdo da luta, depois da Independência.
O SNASP, em colaboração com a sinistra CIM (Contra-Inteligência Militar, dirigida pelo carrasco general Lago Lidimo) prendeu oficiais militares, em 1981, acusando-os de serem agentes de países estrangeiros. Não houve provas, mas, lançou-os, vivos, para o fundo do mar, algemados das mãos aos pés. É a este homem que, em sua honra, erguem dezenas de estátuas.
Machel criou o Tribunal Militar Revolucionário (TMR) que dava por provadas as mais absurdas acusações sem que aos réus fosse dado o direito a defesa e a sua sentença era irrecorrível, como as da Inquisição, da Santa Sé Medieval; da GESTAPO, de Adolph Hitler e do NKVD/KGB. Os acusados não podiam constituir advogado, aliás, a Faculdade de Direito havia sido encerrada por ter sido considerada um ninho de reaccionários.
No tempo de Machel questionar as violações dos direitos fundamentais do homem, era incorrer em riscos de ser deportado, se pena de morte não coubesse.
Foi a falta de liberdade de opção política, e não só, que provocou a guerra civil dos 16 anos.
Para além de coisas boas, Samora Machel, também, fez coisas muito más.
Stálin, durante anos, escondeu os horrores do seu regime. Mais tarde, Michail Gorbatchov mandou retirar as ossadas do ‘grande líder do povo soviético e de todos os seres humanos na terra’ da Praça do Kremlin.
A Frelimo está a criar uma imagem falsa da História do País.
O “reaccionários”, grosso modo, são do Centro e Norte.
O primeiro governo de Moçambique era composto, na sua maioria, por gente do Sul e isto evidencia que Machel era regionalista.
Os ora dirigentes dos órgãos de soberania – Presidente da República, Presidente da Assembleia da República; presidentes dos tribunais Supremo e Administrativo, do Conselho Constitucional, Procurador-Geral da República; os ministros do Interior, da Justiça, dos Negócios Estrangeiros – são todos do Sul. Porquê isso? (Edwin Hounnou / Canalmoz / Canal de Moçambique)

Um Homem com carisma

Anónimo disse...

A verdade manda dizer que os valores da sociedade moçambicana nao desapareceram com a morte de Samora, mas sim com a guerra. A cidade de Maputo tem gente a mais, pois ela foi construida para 250 mil habitantes e agora vivem nela 4/5 vezes mais. As casas estão superlotadas, muitas delas nem casas de banho em condições têm. Por isso esta muita gente a pedir casas de banho, porque ou nao as tem em casa ou as que tem em casa estão em péssimas condições de higiene. Muitas das pessoas que vivem na cidade vêm do campo, onde habitos de higiene do tipo nao urinar na rua são desnecessários, porque há muito espaço. Essas pessoas chegam/ram à cidade e foram estabelecendo os seus costumes que agora predominam... A mudança deste tipo de comportamento vai exigir medidas complexas e corajosas de educação por via da radio, TV etc e também outras medidas de melhorias em vários niveis, alguns já foram apontados. Por exemplo, é inconcebibel que o CM nao exija dos vendedores de cerveja no Museu e outras barracas que tenham casas de banho e que CONTROLEM os seus clientes para que não urinem nas ruas. No caso do Museu a coisa é ainda pior porque estas barracas dos bebados estão perto das escolas e, as nossas crianças nem precisam de fazer muito esforço para aprender como isso se faz. é so dar uma espreitadinha, enquanto esperam o chapa. E quem o faz são os mais velhos... Que PÉSSIMO exemplo!!! Depois criticamos os jovens: Os jovens de hoje não têm valores... Afinal quem não tem valores???
Acho que o xixizismo vai continuar por um bom tempo! é mais ele esta sendo cultivado nas camadas mais jovens. O tempo vai passando e nao se vê ninguem a fazer nada. Somos todos uns cobardes ou achamos que isto nos afecta. Afinal andamos de carro e poucas vezes temos necessidade de andar a pé.
Manuel

ricardo disse...

Considerando que 90% da urina e agua, admitamos que alguns dos municipes regam as acacias, quando ninguem mais o faz na edilidade.

O problema e a ureia. Que queima...