25 dezembro 2010

África enquanto produção cognitiva (9)

Mais um pouco da série, dedicada a mostrar como África é ideologicamente produzida, dando continuidade ao resumo das ideias de Hegel, a saber:
Os negros vivem fechados em si. Nada do que chamamos religião, Estado, realidade existente em si e para si, nada disso existe para eles, o que os relatos missionários confirmam. A única via que parece aproximar em certa medida o negro da cultura é o Islão. Os negros não conceberam ainda nem Deus nem lei. Na sua unidade indiferenciada e concentrada, o Africano ainda não atingiu a capacidade de distinguir entre ele - indivíduo singular - e a universalidade essencial. Em África o que há é o homem em sua imediatez, dominado pelas paixões, o homem em estado bruto.
Prossigo mais tarde.
* Hegel, G.W.F, La razon en la historia. Madrid: Seminarios y Ediciones, S.A., 1972, pp.270-271.
(continua)

1 comentário:

ricardo disse...

Pois e. Mas se o Islao da epoca fosse o mesmo dos nossos dias (com dois ides, tantas correntes filosoficas e essencialmente mostrando-se uma religiao tao parecida com a do Vaticano), acredito que as conclusoes dos missionarios seriam outras.

Atribuo essa feliz circunstancia historica, ao facto de na altura a religiao islamica ter atingido o seu maximo apogeu, quando a crista se voltava para as trevas da inquisicao e desfazia-se em inumeras querelas genocidas.

Afinal de contas, o mesmo que sucede agora com o Islao.