29 março 2010

Owen Maseko continua detido


O conhecido pintor e escultor Owen Maseko - portal aqui - continua detido no Zimbabwe. Confira aqui e aqui. Recorde aqui. Free Translation
Adenda às 16:23: sobre os massacres de Gukurahundi, evocados por Owen, confira aqui e, em livro (copyright da The Catolic Comission for Justice and Peace of Zimbabwe, 1997, 2008), aqui.

6 comentários:

Viriato Dias disse...

Sublinho o que disse no comentário anterior: é preciso esperar pela versão das autoridades policiais.

Para quem conhece o perfil dos zimbabweanos (conheci-os bem no tempo da guerra, os ditos ´makomeredes´, etc.) e porque convivo com alguns deles, levará a peito este meu conselho.

Há razões que ainda não vieram à tona. Vamos esperar. Claro, se a lei do dia é proibir desejos que aticem o ódio, estou a favor das autoridades. É preciso compreender a lei vigente e o espírito do dia.

Zicomo

Carlos Serra disse...

Talvez lhe fosse necessário, Viriato, de vez em quando, um certo pudor, não acha?

V. Dias disse...

Professor Serra,

Não compreendo onde está a falta de pudor! Talvez fosse melhor censurar o meu comentário que dizer-me que tenho falta pudor , porque, entendo eu, dou um voto de confiança as autoridades do Zimbabwe. Não sou obrigado, pelas minhas faculdades mentais, a ser solidário com este artísta, até que consiga obter mais informações em torno da sua detenção.

Muita das vezes vincula-se notícias do Zimbabwe, sendo que meia dúzia delas não são contra-argumentadas pelas autoridades locais. Li o texto na íntegra, mas ainda carece de um parecer do tribunal, este parecer ainda não saiu.

Lembro-me do caso Thomas Mapfumo, a sua saída polémica do Zimbabwe causou muitos alaridos e que mais tarde viria a saber-se que este estava envolvido em “esquema” para derrubar Mugabe de quem era amigo.

Mas também lembro-me da sua palestra na então Escola de Jornalismo em Maputo, que instou a juventude - futuros estudantes de jornalismo - , que um jornalismo a sério devia ouvir ambas as partes beligerantes. Neste caso, ainda não ouvimos o pronunciamento das autoridades judiciais do zimbabweanas.

Lembro-lhe ainda que se uns podem defender como querem a sua tese apelidando Mugabe de caudilho, eu também posso defender a minha tese de que Mugabe é um santo, ainda por meio de dogmas, aquilo que julgo acreditar desse regime. Claro, se V. assim o entender publicar.

Zicomo

ricardo disse...

Duas parabolas celebres...

1. Este homem é perigoso, ele acredita no que diz (Joseph Goebbels);

2. Primeiro levaram os judeus,
Mas não falei, por não ser judeu.
Depois, perseguiram os comunistas,
Nada disse então, por não ser comunista,
Em seguida, castigaram os sindicalistas
Decidi não falar, porque não sou sindicalista.
Mais tarde, foi a vez dos católicos,
Também me calei, por ser protestante.
Então, um dia, vieram buscar-me.
Mas, por essa altura, já não restava nenhuma voz,
Que, em meu nome, se fizesse ouvir.

(Sermão do Pastor Martin Niemoller, geralmente com variações que fogem da forma original, e quase sempre atribuido erroneamente a Bertolt Brecht)

E estamos conversados.

umBhalane disse...

"NB: O que é que o Ministério da Cultura, e da Educação fazem para promover, divulgar, assistir os nosso hembodeiros nas artes. Ontem o presidente da república portuguesa homenageou 7 artistas das artes, mas no nosso país esta tradição é nula.

Ou porque está conectado à oposição, ora porque escreveu contra o Sistema, ora porque x ou y. Assim não dá. Quando se morre ouvimos rasgados elogios a sua pessoa."

Pois é!

O leão indomável, Cavaco Silva, Presidente de Portugal, homenageia 7 artistas;

Em Moçambique ignoram-se em vida, e elogiam-se depois de Mortos;

No Zimbabué, no mínimo, prendem-se...

Foi a leitura que consegui descodificar.

Anónimo disse...

Owen Maseko foi libertado na terça-feira após o pagamento de uma fiança no valor de US$ 100 e deve voltar ao tribunal de Bulawayo no 12 de Abril para uma audiência. Maseko foi acusado de ter violado as secções 33 e 42 do Código Penal, o que significa para desrespeito e insulto do ilegítimo presidente e discriminação resultante de preconceito religioso.

Oxalá