19 fevereiro 2010

Criminalidade e prismas

A grande criminalidade no país, especialmente a grande criminalidade na cidade de Maputo, desperta invariavelmente uma grande comoção (a imagem à direita pertence ao "O País" online, aqui). Os jornais reportam-na em grandes parangonas. Um assalto a um banco, por exemplo, merece imediatamente uma primeira página nos jornais, uma destacada manchete na televisão. Mas lá nos bairros periféricos das nossas cidades, por exemplo, o que é grande criminalidade? Aí, a grande criminalidade é o pequeno assalto, a intrusão do ratoneiro de esquina, o gang de subúrbio, um assassinato por desconhecidos, um corpo sem vida numa ruela, a insegurança amarrada à sobrevivência do dia-a-dia, coisas que aparecem normalmente diluídas na secçcão de ocorrências do "Notícias", juntamente com informaçcões sobre os asmáticos que procuram os serviços hospitalares. Nas zonas rurais, a grande criminalidade é, também, o roubo furtivo, mas também o mau olhado, o efeito malévolo do feiticeiro traduzido - acredita-se - na morte de alguém de cuja malária ninguém quer saber.
Afinal, a vida parece ser como assim: a intensidade de um prisma.

Nota: reproduzi uma postagem minha datada de 15/03/2009.

1 comentário:

ricardo disse...

Eis a explicacao, caro Professor

http://www.youtube.com/watch?v=KfTovA3qGCs

Sem tirar, nem por...