29 dezembro 2009

Para onde vai o Irão?


5 comentários:

Amílcar Tavares disse...

Espero e desejo profundamente que vá na direcção da queda desse regime brutal e opressor.

Sir Baba Sharubu disse...

The Mozambique midia completely ignores the events in Iran.

With one exception... Carlos Serra and his outstanding blog: "Diario de um sociologo".

umBhalane disse...

A criação do "homem novo" nunca foi fácil!

E a exportação desse modelo é muito, muito, perigosa.

Mesmo Obama vai desconseguir o "homem novo", feito no "revolucionário" Irão.

Esperemos que as coisas evoluam por implosão do regime, em detrimento de intervenção externa.

Será muito mais complicado.

ricardo disse...

Prevejo uma repetição dos acontecimentos de 1979, que precipitaram a queda do Xá.

Na verdade, o Irão vive numa encruzilhada, que nem os reformistas, nem os conservadores aceitam ceder face à comunidade internacional, que é a questão da auto-suficiência energética.

Parecendo paradoxal,o Irão, um dos maiores produtores mundiais de crude e, com a capacidade (em conluio com Chavez e Pequim) de fazer estremecer o Dólar a todo o momento, como aliás bem o pudemos perceber nos últimos tempos, é todavia o país da região que possui instalações de extracção e refinação obsoletas, baseadas em tecnologia ocidental (sujeita a embargo) importada desde os tempos do Xá. Por isso, os custos de produção de derivados do crude é abismal, daí o ênfase da extracção, que entretanto tem decaído nos últimos tempos, colocando os planos de crescimento do Irão, face à sua extensa demografia e a dinâmica regional em cheque.

Faz uns 10 anos que o Irão tentou a reconversão da indústria petrolífera para usar know-how Indiano, mas os EUA ameaçaram Nova Delhi com sanções comerciais e tudo foi por água abaixo. A tecnologia russa não é das melhores para a realidade iraniana. Além disso, o esforço financeiro desta reconversão faria recuar a economia da república Islâmica para os longinquos anos 50. Um risco que nenhum político de Teerão pode assumir nas circunstâncias actuais.

Os seus líderes já avaliaram a situação e rapidamente perceberam que a adopção da energia nuclear mataria dois coelhos de uma cajadada só. Visto que o petróleo não consegue alavancar a sua industria e assim tornar-se cada vez mais independente da conjuntura internacional, poderá com centrais atómicas, ter o seu plano energético integralmente realizado, mas também, explorar a questão do equilíbrio militar regional face à Israel e em relação aos estados árabes da região. Os EUA são meros intrusos, porque aliados daqueles estados.

Penso que é uma questão de soberania perfeitamente justificável. E o Irão luta com as armas que tem...

Quanto ao regime, sabemos que é teocrático. Sabemos também que o Iraniano esclarecido, jovem e urbanizado anseia por uma ampla abertura cultural e religiosa. Mas o poder dos mulás ainda é imenso e assente em dogmas.

Um dado importante, o exército iraniano continua aparentemente à margem dos acontecimentos. Isso é um indicador importante.

Guilherme Freitas disse...

Infelizmente o Irã está perdido graças ao fanatismo dos aiatolás. Só haverá mudanças se o regime cair ou respeitar as livres escolhas de sua população. Abraços e feliz 2010, Prof. Serra.