24 julho 2008

Sismos eleitorais

O semanário "Zambeze" dedica toda a sua página 2 da edição desta semana, seis colunas, a um caso de aparente dupla inscrição de dois indivíduos que, residindo em Cheringoma (província de Sofala) e dados como pertencentes ao partido Frelimo, teriam querido inscrever-se na cidade da Beira para as eleições municipais de 11 de Novembro. Mais: o jornal cita o actual edil da Beira, Deviz Simango, da coligação Renamo-União Eleitoral, em como tendo dito que: "(...) estamos a aproveitar a oportunidade para avisar a comunidade internacional sobre as manobras que a Frelimo está a preparar para a fraude".
Aqui temos um discurso que não é novo na história eleitoral do país.
Mas esse não é, melhor, não vai ser, por hipótese, o ponto mais importante das eleições autárquicas deste ano e das presidenciais e legislativas do próximo.
O ponto central das eleições vai ser o pano de fundo constituído pelos GUNs do Quénia e, tudo leva a crer, do Zimbabwe.
Toda a luta política em Moçambique vai ter como êmbolo esse pano de fundo e tenho por hipótese a ocorrência de sismos reivindicativos seja do lado da Frelimo seja do lado da Renamo no tocante a fraudes. Sismos que deverão ser de baixa ou média intensidade nas autárquicas e de alta intensidade no próximo ano. As palavras de Simango são, desde já, a esse respeito, premonitórias.
Por isso as nossas eleições não serão decisivas em si, mas porque entroncadas agora no GUNismo queniano/zimbabweano.
Nota: mas também poderá haver pequenos sismos de outro tipo, a nível interno de cada partido. Confira por exemplo aqui.

1 comentário:

umBhalane disse...

"O ponto central das eleições vai ser o pano de fundo constituído pelos GUNs do Quénia e, tudo leva a crer, do Zimbabwe."

Pois é.

A Frelimo ganhando, fica tudo na mesma.

Se a Renamo ganhar, então haverá, com sorte, a receita GUN.

Conclusão:

A Renamo/oposição perderá sempre.

E não é isso que se pretende?