31 maio 2008

O cemitério

Em trabalho da Anabela Massingue: "A habituação veio ao de cima. Passamos a ver com naturalidade crianças brincando e correndo de um lado para o outro no recinto do Cemitério de Lhanguene; gente com produtos alimentares e outros atravessando por ali para alcançar as suas zonas de residência, bem juntos ao cemitério e, de algum modo, a anomalia tornou-se normalidade. Hoje em dia, chegados ao Lhanguene, desprovido de água procuramos logo pelos jovens e crianças de tenra idade para nos fornecer. Trabalho infantil é algo fora do vocabulário. (...) Nos momentos de menos agitação, algo mais acontece. Por cima de campas e distante das poucas vias de acesso que ainda restam e dos olhos de um e outro visitante, joga-se. Os jogos não são para menos. Envolvem dinheiro e não pouco."

3 comentários:

Sensualidades disse...

e penoso ouvir, mas pelo menos teem como ganhar a vida

Jokas

Anónimo disse...

A propósito de crianças e suas vidas, disse-me esta semana o Presidente da associação de escultores macondes que trabalham e vendem as suas peças na Marginal em Maputo que agora em Mueda, devido às dificuldades da vida, as crianças são submetidas aos ritos de iniciação em idades mais jovens que antigamente. Falou-me mesmo em sete, oito anos para os rapazes e dez anos para as meninas.Alguém confirma isto?

Carlos Serra disse...

No que me concerne nada sei. Vamos a ver se algum leitor sabe algo. Os ritos iniciaticos sempre se mantiveram no Centro/Norte.