02 setembro 2006

Espanto e holofotes cognitivos

Volto ao espanto, espanto que é a coluna vertebral de qualquer interpretação sociológica.
Escrevi, em entrada anterior, que mais decisivo do que inovar teórica ou metodologicamente, era a nossa capacidade de espanto perante os fenómenos da vida.
Efectivamente, é esse espanto, essa juventude do nosso “olhar” que faz encontrar o que é sempre novo no que, socialmente, parece sempre velho.
E é espantando-nos que deixamos de ser sociólogos, historiadores, antropólogos, sejam quais forem as gavetas vaidosas das chamadas ciências sociais.
Seremos, somos, apenas, estudantes do social.
E, sendo-o, sê-lo-emos tão melhor quanto mais holofotes cognitivos soubermos assentar sobre o que estudamos, quanto mais visibilidade soubermos criar sobre os objectos da nossa pesquisa, quanto mais pontes formos capazes de criar entre fenómenos que só aparentemente estão isolados.

Sem comentários: